//Miguel Maya escreve aos colaboradores: 80% aceitaram acordo. Avança despedimento de cerca de 100

Miguel Maya escreve aos colaboradores: 80% aceitaram acordo. Avança despedimento de cerca de 100

Fruto de um “trabalho rigoroso e da forma como a organização percebeu a necessidade e a importância da transformação que o BCP tem de efetuar”, foi possível alcançar o que a administração do BCP considera “um sucesso assinalável”, que resultou na saída por acordo de 760 trabalhadores. “Sem crispação e num clima de respeito, foi possível chegar a acordo com cerca de 80% dos trabalhadores contactados”, o que permitiu minimizar o número de colaboradores com quem o banco avançará para “despedimento unilateral”.

Numa carta aos colaboradores, a que o Dinheiro vivo teve acesso, o presidente do BCP, Miguel Maya, sublinha a necessidade de “implementar as transformações que consideramos necessárias para assegurar o futuro e a sustentabilidade do banco, para fazer face às alterações estruturais e aos múltiplos desafios que o setor financeiro” e que obrigou a uma redução de trabalhadores como parte de um conjunto de iniciativas no âmbito do novo plano estratégico apresentado ao mercado em julho. Uma “missão difícil – reduzir o quadro de trabalhadores é necessariamente algo complexo em si mesmo – sobretudo para as pessoas objeto dessa ação mas também para a organização como um todo”, sublinha o banqueiro nessa comunicação, adiantando que o processo foi bem sucedido também graças às “múltiplas interações” desenvolvidas com as entidades representativas dos trabalhadores”, procurando “corresponder às preocupações que foram sendo transmitidas”.

O que Miguel Maya considera ser o “sucesso alcançado”, que se materializa na dispensa de 760 pessoas, não dispensa a necessidade de apreciar “um número residual de situações”. Ou seja, explica na comunicação aos seus funcionários, “conforme previsto, daremos início, observados que sejam os procedimentos legais, às medidas unilaterais de redução de trabalhadores, sendo que o número de pessoas a abranger por essas medidas será já inferior a 100 e terá em consideração diversos aspetos específicos, entre os quais o conhecimento complementar adquirido no decorrer das reuniões individuais”, escreve o banqueiro na mesma carta, a que o Dinheiro Vivo teve acesso.

Maya assume esperar tempos difíceis, mas diz estar seguro de que “com rigor, respeito e atuando de forma profissional, saberemos mesmo durante esse período preservar a capacidade comercial e operacional de serviço aos clientes”, agradecendo o trabalho dos que estão de saída e “o muito que deram ao banco ao longo de sucessivos anos de trabalho intenso e desafiante”.