//Militares prontos para greve dos motoristas

Militares prontos para greve dos motoristas

Os militares estão prontos para conduzir camiões durante a greve dos motoristas de pesados, a partir de 12 de agosto. O cenário foi admitido ontem pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho. Os agricultores temem que a paralisação possa levar à perda de colheitas e à falência de milhares de pequenos produtores.

As Forças Armadas “estão sempre disponíveis para apoiar as necessidades que venham a ser identificadas, dentro do enquadramento constitucional apropriado”, referiu o ministro. Gomes Cravinho assegurou ainda que as forças armadas têm “suficientes motoristas” para transporte de combustível caso seja declarada uma “situação de emergência”.
A declaração dessa situação está a ser estudada por “pessoas competentes” para “fazer face a qualquer necessidade”.

Como foi em abril
Esta não é a primeira vez que se admite que os militares possam ser chamados a conduzir camiões de transporte de combustível. Na greve dos motoristas de matérias perigosas, em abril, os militares chegaram a estar de prevenção, depois de o Governo ter aprovado a requisição civil.

Na altura, chegou a ser feito um levantamento dos membros dos três ramos das Forças Armadas disponíveis para conduzir estes veículos. Os efetivos não chegaram a pegar nestes veículos porque a greve cessou ao início do terceiro dia.

Desastre e falência. Estas são as palavras utilizadas pela CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal para antecipar as consequências de uma eventual paralisação junto do setor.

Calor é risco acrescido
“Em pleno mês de agosto, com temperaturas elevadas, com culturas perecíveis, que têm de ser colhidas em períodos de tempo muito curtos que estão programados há meses, [as culturas] não podem de maneira nenhuma ficar no terreno”, lembrou Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP.

Este dirigente avisou também que a rede de emergência para abastecimento não contempla as zonas rurais e pede prioridade para os agricultores. Oliveira e Sousa teme ainda que a greve possa provocar a “ruína” da agricultura e levar “milhares de pessoas à falência”

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