
O Ministério Público está a investigar bancos por suspeitas de encobrirem clientes em crimes de branqueamento de capitais. Os bancários não estarão a comunicar às autoridades os valores em causa e a identificação das pessoas que realizam depósitos de elevados montantes em notas.
Os bancários estarão a fracionar depósitos elevados em numerário por várias contas, evitando assim a obrigatória notificação ao MP e à Unidade de Informação Financeira (UIF) da Polícia Judiciária (PJ), revela o “Jornal de Notícias”.
Estão em causa duas dependências bancárias, no Grande Porto e em Braga, que terão aceite dinheiro de empresários chineses de Vila do Conde.
À Renascença, João Paulo Batalha, da Associação Cívica, Transparência e Integridade, diz ser importante que isto se esclareça. “De facto, já temos visto demasiados problemas na banca, quer de má conduta da parte dos bancos, quer de cumplicidade com práticas ilegais de clientes.”
“Aparentemente a lógica dos bancos que é de mero compliance esconde muitas vezes simpatias por práticas abusivas que os bancos têm tendência a deixar passar, ou, como poderá ser o caso aqui, mesmo a patrocinar manobras de encobrimento para ficarem de bem com os clientes, mesmo que fiquem de mal com a lei”, alerta.
A lei que estabelece as regras de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo é clara: as entidades bancárias, entre outras, têm a obrigação de comunicar todos os movimentos considerados suspeitos.
É obrigatória a comunicação de depósitos ou transferências suspeitas a partir dos cinco mil euros.
O crime de fraude fiscal será o que mais é encoberto por bancários em Portugal, lembra o jornal.
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