//Ministro garante que não haverá novas injeções no Novo Banco

Ministro garante que não haverá novas injeções no Novo Banco

Mesmo perante as dúvidas manifestadas pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental – sobre a ausência de transferência na proposta do Governo – Fernando Medina afasta qualquer operação do género numa resposta à deputada Mariana Mortágua do BE.

“O Fundo de Resolução considera não haver lugar para mais pagamentos e nós registámos essa posição. Nesse sentido não está orçamentada nenhuma transferência para o Novo Banco”, garantiu.

O ministro das Finanças recusou ainda que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 seja contracionista, ao contrário do que disse o PSD. Foi uma resposta dada ao deputado Hugo Carneiro que pediu ao ministro para “confessar os pecados orçamentais” do documento, repetindo a acusação de que o executivo irá cortar mil milhões de euros na atualização futura de pensões.

“Isto não é cumprir a palavra honrada. Até as vacas perderam as asas”, ironizou Hugo Carneiro, numa referência a uma célebre frase de António Costa de 2016, segundo a qual “até as vacas podiam voar”.

O governante voltou a negar qualquer corte nas pensões e a repetir que os pensionistas terão aumentos em 2022 e em todos os anos seguintes até final da legislatura “porque o PS não faz cortes em pensões em pagamento”.

Grandes lucros vão ser taxados

Medina assegurou também que a taxa aos lucros extraordinários das empresas energéticas e da distribuição é para aplicar aos lucros gerados em 2022.

Na sua intervenção lembrou que os lucros das grandes empresas já são taxados a 31,5% – “uma das mais altas taxas, a que acresce a contribuição especial para o setor energético”.

“Iremos acrescentar uma tributação adicional sobre os lucros que venham a ser gerados em 2022”, disse, apenas, sobre a nova taxa, depois de na quarta-feira o Primeiro-ministro ter anunciado que o Governo irá entregar no parlamento, mal termine o processo orçamental, uma proposta de lei para a tributação de lucros inesperados que também irá incluir o setor da distribuição.

Falou de um orçamento neutro. “Queremos ganhar a margem de manobra necessária para podermos agir caso a situação económica assim o exija. Não queremos ser pró-cíclicos com a economia a abrandar, queremos ter margem para apoiar as economias e famílias”, disse.

Na quarta-feira, Primeiro-ministro tinha anunciado que a proposta do Governo se iria estender às empresas de distribuição, cujos lucros inesperados (tal como os das energéticas) serão taxados ainda este ano.

A Assembleia da República termina hoje o debate e vota na generalidade a proposta do Governo do OE2023, que tem aprovação garantida pela maioria absoluta do PS.

Após o debate e votação na generalidade, a proposta segue para a fase de especialidade e tem votação final global agendada para 25 de novembro.

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