//Ministros das Finanças da UE acordam revisão das regras orçamentais

Ministros das Finanças da UE acordam revisão das regras orçamentais

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) chegaram esta quarta-feira a acordo para a revisão das regras orçamentais.

Os novos limites para o défice e a dívida não impedem investimento, avança a presidência espanhola da UE.

Em declarações após a reunião informal do Ecofin, por vídeoconferência, a ministra espanhola da Economia e das Finanças, Nadia Calviño garante que as novas regras são equilibradas e respondem às preocupações de todos os Estados-membros.

“Há salvaguardas sobre a dívida, o défice ou a proteção dos investimentos necessários para responder às metas da União Europeia. O pacote é bastante equilibrado e responde às prioridades e preocupações de todos os Estados-membros”, reforçou a ministra espanhola.

Quem entrar em incumprimento, como já aconteceu a Portugal, sujeita-se agora ao pagamento de multas mais pequenas, mas mais eficientes, adiantou o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.

“No sistema anterior as sanções financeiras eram tão grandes que tinham um efeito desestabilizador e criavam uma situação macroeconómica problemática para os Estados-membros. Ao diminuirmos as multas facilitamos a sua aplicação. São um último recurso mas um mecanismo eficiente da Comissão Europeia”, sublinha Dombrovskis.

A ministra espanhola da Economia e das Finanças, Nadia Calviño, conclui que as novas regras estão mais adaptadas ao futuro: “São regras fiscais mais adequadas para o século XXI, mais claras, mais realistas, que garantem as reformas necessárias e essenciais para o futuro da europa. São ainda regras mais credíveis e que se aplicam com maior facilidade”.

Ainda há trabalho a fazer em relação ao dossier das regras orçamentais. O vice-presidente da Comissão Europeia diz que não há tempo a perder, a cerca de seis meses das eleições europeias.

“A nossa tarefa imediata é finalizar a regulamentação do acordo, o mais cedo possível, para garantir clareza e previsibilidade nos próximos anos. Não há tempo a perder, para termos em vigor as novas regras antes das eleições europeias de 2024”, declarou Valdis Dombrovskis.

As novas regras para o défice e para a dívida têm ainda de ser aprovadas pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu.

O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, já saudou o entendimento alcançado na reunião dos ministros das Finanças da UE. “Acordo por unanimidade no Ecofin. Apesar das diferenças significativas em relação à nossa proposta, as novas regras proporcionam um melhor equilíbrio entre estabilidade e crescimento, com incentivos ao investimento e à reforma e maior apropriação. Boas notícias para a economia da UE”, disse Gentiloni, na rede social X (antigo Twitter).

Em declarações à Renascença, Paulo Sande, especialista em assuntos europeus, fala numa boa notícia para Portugal e para a Europa.

“Portugal, naturalmente, beneficia com esta dimensão que não é tão exigente que não é tão exigente. Apesar de ter metas quantitativas quanto ao endividamento, em particular, permite investimentos e reformas que de outra forma poderiam ser impedidos. Portugal ganha com isso. A meta era o final do ano e a presidência espanhola está de parabéns. A verdade é que esta é uma boa notícia para a Europa nesta altura, havendo eleições para o ano, 2024 vai ser um ano de muitas mudanças e desafios”, afirma Paulo Sande.

Ver fonte

TAGS: