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Os ministros europeus responsáveis pela pasta das Telecomunicações vão ter esta sexta-feira, no Luxemburgo, um debate político sobre a bússola digital, que estabelece em termos concretos as ambições digitais da UE até 2030.
Depois de ter presidido, na véspera, à última reunião de ministros dos Transportes da atual presidência portuguesa do Conselho da UE, que termina no final do corrente mês de junho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, lidera hoje os trabalhos, também pela derradeira vez, da reunião de ministros das Telecomunicações dos 27, que debaterão a comunicação adotada em março passado pela Comissão Europeia sobre a bússola digital.
A comunicação do executivo comunitário assenta em “quatro pontos cardeais”, um dos quais sobre “infraestruturas digitais seguras, eficientes e sustentáveis” e que prevê que “todas as áreas povoadas estejam cobertas por 5G”.
Em concreto, Bruxelas pretende que, até 2030, a tecnologia 5G esteja presente em todas as áreas habitadas da UE quando, atualmente, apenas chega aos 14%, segundo a instituição.
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Este objetivo surge depois de a Comissão Europeia ter falhado a meta comunitária de ter esta tecnologia em pelo menos uma cidade por Estado-membro até final de 2020, já que, de acordo com o mais recente relatório do Observatório Europeu para o 5G, em dezembro passado esta tecnologia estava presente em 23 dos 27 Estados-membros da UE, mais o Reino Unido.
Da lista não constava, porém, Portugal nem Chipre, Lituânia e Malta.
A quinta geração de sistemas de telecomunicações móveis e sem fios permite ligações ultrarrápidas e a conexão de um elevado número de dispositivos.
Numa altura em que a tecnologia 5G está bastante mais desenvolvida noutros blocos mundiais (como países asiáticos ou os Estados Unidos), a estratégia digital hoje lançada visa que a UE se venha a tornar “digitalmente soberana num mundo aberto e interligado”, isto enquanto colmata “vulnerabilidades e dependências” do exterior e acelera o investimento.
Ainda na área das infraestruturas, a Bússola Digital prevê que a produção europeia de semicondutores de ponta e sustentáveis passe a representar 20% do total mundial, que todas as famílias da UE tenham conectividade “gigabit” e ainda que a Europa consiga o seu primeiro computador quântico.
A qualificação dos cidadãos também é mencionada na estratégia, querendo Bruxelas que, até 2030, pelo menos 80% dos adultos obtenham competências digitais básicas, para assim elevar para 20 milhões os especialistas em tecnologias de inovação empregados na UE.
Para as empresas, o executivo comunitário estipula como metas que, também até 2030, três em cada quatro empresas utilizem serviços de computação em nuvem, de grandes dados e de inteligência artificial, que mais de 90% das pequenas e médias empresas possuam requisitos digitais e ainda que se duplique o número de empresas unicórnio (“startups” tecnológicas avaliadas em mais de mil milhões de dólares).
O quarto “ponto cardeal” desta Bússola Digital diz respeito à digitalização dos Estados, pretendendo a Comissão Europeia que, até 2030, todos os principais serviços públicos estejam disponíveis “online, que todos os cidadãos tenham acesso eletrónico aos seus registos médicos e ainda que 80% das pessoas utilizem soluções de identificação digital.
Para atingir tais metas, Bruxelas adianta que “facilitará o rápido lançamento de projetos entre vários países, combinando investimentos do orçamento da UE, dos Estados-membros e da indústria, com base no Mecanismo de Recuperação e Resiliência e outros financiamentos da UE”.
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