//Moedas quer uma Lisboa da inovação, mas também da “cultura e da justiça social”

Moedas quer uma Lisboa da inovação, mas também da “cultura e da justiça social”

O presidente da Câmara de Lisboa reforçou esta segunda-feira a importância da inovação para a cidade, mas, desta vez, acrescentou que a capital precisa também de “arte, cultura e justiça social”.

Na cerimónia de abertura da 10.ª edição da Web Summit na capital, Carlos Moedas relembrou o festival de cinema Tribeca que, pela segunda vez, veio até Lisboa e decorreu no final do mês de outubro nas instalações da fábrica de Unicórnios (empresas com valorização acima dos mil milhões de dólares).

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“Estas interseções entre os atores, entre a arte, entre a cultura e o mundo da tecnologia são, para mim, o futuro. Ajudem-me nos próximos passos para que, nos próximos 10 anos, Lisboa não seja apenas a capital da inovação, mas seja a capital da cultura e a capital da justiça social”, apontou, perante uma plateia cheia no Meo Arena de investidores e responsáveis de startups.

No discurso breve que deu o pontapé de saída para a cimeira, Moedas voltou a propor-se a “mais um balanço” do que tem feito à frente da autarquia, como o “maior prémio” de inovação social e as medidas para “promover” o investimento na cidade. Para isso, relembrou que foi naquele mesmo palco, em 2022, que lançou a Fábrica de Unicórnios, iniciativa que permitiu a “criação de mais de 16 mil postos de trabalho”.

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“Começámos do zero e hoje temos 16 unicórnios com escritórios em Lisboa e, na quinta-feira, vamos lançar o nosso 17.º unicórnio de Lisboa aqui na Web Summit”, avançou.

Paddy vê Polónia como “menino de ouro” da Europa

A sessão de abertura arrancou com a intervenção do CEO e fundador da cimeira, Paddy Cosgrave, que subiu ao palco com uma indumentária que carregava uma mensagem subliminar.

Depois de se ter demitido há duas edições na sequência da chuva de críticas por discordar publicamente da conduta israelita na guerra com o Hamas, Paddy regressou no ano passado à liderança da cimeira, sem tocar mais no assunto. Dois anos depois, escolheu para o primeiro dia da Web Summit uma camisola escura, com uma banda preta ao centro onde se lia em letras garrafais “Press” (“imprensa”, em inglês), fazendo lembrar os coletes à prova de bala utilizados pelos jornalistas em zonas de guerra.

O tema não surgiu no discurso, onde o fundador da cimeira preferiu fazer um roteiro pelos dez anos do evento em Lisboa – relembrando, por exemplo, que a Revolut (uma das maiores empresas de pagamentos a nível mundial) era uma simples startup na edição de 2015.

Para esta edição, são esperados mais de 70 mil participantes, incluindo 2.500 empresas vindas de todo o mundo – mas Cosgrave nota, desde já, uma diferença.

“Pela primeira vez, o número de startups alemãs na Web Summit infelizmente diminuiu. Mas o número de startups da vizinha Polónia está num nível recorde. Enquanto partes da Europa Ocidental estagnam, a Polónia e a Europa Oriental aceleram. O mundo mudou e continua a mudar”, afirmou, referindo-se até à Polónia como o “menino de ouro” da “nova Europa”.

A Web Summit decorre até quinta-feira no Parque das Nações em Lisboa. Nesta 10.ª edição na capital, a organização prevê 900 oradores e mais de 70 mil participantes – no ano passado, a afluência alcançou o recorde de 71.528 participantes, oriundos de 153 países. A Renascença volta a ser rádio oficial.

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