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O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou neste sábado que o que foi feito na TAP “foi um crime político e financeiro”, considerando que a vontade do Governo de privatizar a companhia não pode passar incólume.
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“Aquilo que foi feito na TAP foi um crime político. Foi um crime político e financeiro, que tem custos”, disse Luís Montenegro, que discursava no final da Convenção Autárquica Distrital do PSD de Coimbra, que decorreu neste sábado em Montemor-o-Velho.
Para o líder social-democrata, os cidadãos devem olhar para este caso “e tirar ilações na perspetiva da gestão de recursos públicos” e das consequências das decisões “que os governantes tomam”.
Segundo Luís Montenegro, o processo de renacionalização iniciado pelo primeiro Governo de António Costa deveria estar assente em “decisões estratégicas”.
“Diziam-nos que a TAP era estratégica, que a TAP tinha de estar nas mãos do Estado, porque não podíamos deixar de ter uma companhia de bandeira”.
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O anúncio recente por parte do primeiro-ministro de querer que a privatização daquela companhia aérea ocorra nos próximos doze meses “não pode passar incólume”, vincou Luís Montenegro.
Luís Montenegro recordou que em 2016 o Governo “herdou uma TAP com a maioria do capital nas mãos de privados” e em processo de privatização, tendo optado depois por seguir pela via da renacionalização.
“Esta decisão não foi imposta por ninguém. Não houve Comissão Europeia que a impusesse. Foi uma escolha em que estas pessoas entendiam que o interesse público iria ser melhor acautelado e servido. Não faço juízo da intenção, mas faço o escrutínio das escolhas”, frisou, asseverando que o Governo optou por renacionalizar a TAP “por vontade própria, por opção estratégica”.
Luís Montenegro apontou ainda para os mais de três mil milhões de euros de ajuda do Estado à TAP na sequência da pandemia.
“Depois de terem injetado tanto capital, afinal já acham que a saída é reprivatizar a TAP? Mas esta gente anda a brincar à governação? Anda a brincar com o nosso dinheiro? Estes três mil milhões serviam, por exemplo, para que não houvesse cortes de pensões durante, pelo menos três anos”, vincou.
Durante a sua intervenção de mais de meia hora, Luís Montenegro criticou ainda o processo de descentralização, o bloqueio à audição de ministros no Parlamento por parte da bancada socialista, ou o adiamento “de decisões estruturantes”.
“As escolhas têm consequências. Estamos a empobrecer mais hoje em Portugal pelas escolhas que o senhor António Costa e o PS fizeram nos últimos anos”, salientou.
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