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O PSD vai abster-se na votação da moção de censura da Iniciativa Liberal ao Governo, que será debatida na quinta-feira, anunciou hoje o presidente do partido perante o grupo parlamentar.
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Luís Montenegro participou hoje na reunião da bancada do PSD, após a Comissão Politica Nacional do partido ter debatido o mesmo tema.
Perante os deputados, o presidente do PSD justificou este sentido de voto, dizendo que votar a favor seria “pretender derrubar o governo, abrir uma crise política e consequentemente pedir eleições”, de acordo com relatos feitos à Lusa por fontes presentes na reunião.
Montenegro lembrou que os portugueses votaram há menos de um ano e considerou que tal tem de ser respeitado, até perante os problemas que afetam o país, como o aumento do custo de vida ou as dificuldades nos serviços públicos.
Por outro lado, argumentou que votar contra significaria uma “adesão àquilo que existe”, recusando que a abstenção seja uma “não posição”.
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“Permite fazer censura política, mas não é uma posição de derrube do Governo”, justificou, defendendo que o Governo merece oposição mas não deve ter um pretexto para fugir às suas responsabilidades.
O líder do PSD insistiu que “o PSD não é um partido de protesto”, mas “um partido de Governo e é a alternativa a esta governação” e que só os “pequenos partidos” usam as moções de censura para fazer combate político.
“Se apresentarmos uma moção de censura é porque o PSD defende a queda do Governo, não andamos a brincar às moções de censura”, assegurou.
Segundo relatos da reunião, que ainda decorre à porta fechada, Montenegro frisou que, com esta posição, “o PSD não está nem do lado da inconsequência nem do lado da incompetência”.
Numa longa intervenção perante os deputados, o líder do PSD disse fazer um balanço “francamente positivo” dos primeiros seis meses do seu mandato e fez a sua análise sobre a demissão do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que considerou não estar totalmente relacionada com o caso da indemnização da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro.
Montenegro lembrou que, em recente entrevista à Visão, António Costa considerou que o único caso grave no Governo se relacionou com o despacho feito pelo Ministério das Infraestruturas sobre o futuro aeroporto – depois revogado – e considerou que a saída de Pedro Nuno Santos não foi uma posição de estadista, como alguns têm defendido.
“Não foi nenhuma manifestação de desprendimento, foi o enviar de um sinal ao PS e a António Costa”, disse, considerando que o ainda governante não queria “ficar a fritar no exercício de funções”, antes preferiu “assistir de camarote” ao desenrolar da governação de António Costa.
Montenegro reiterou que este caso “não está encerrado” e que o ministro das Finanças, Fernando Medina, ficou sem autoridade política, dizendo que o PSD terá muitos argumentos para usar quer no debate de urgência que requereu para quarta-feira, quer na moção de censura um dia depois.
A conferência de líderes agendou hoje para quinta-feira o debate e votação da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e para quarta-feira o debate de urgência pedido pelo PSD sobre a “Situação política e a crise no Governo”.
Estas iniciativas partidárias foram anunciadas na quinta-feira passada, horas depois de ter sido conhecida a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a décima saída de um membro do executivo socialista de maioria absoluta.
A moção de censura da IL vai ser a segunda que o XXIII Governo constitucional enfrenta desde que iniciou funções, em 30 de março de 2022, depois de ter vencido as eleições legislativas com maioria absoluta, e terá chumbo’ assegurado pela bancada socialista, tal como a primeira apresentada pelo Chega em julho.
A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega foi chumbada no parlamento em 06 de julho com votos contra de PS, PCP, BE, PAN e Livre e abstenção de PSD e IL, tendo o proponente ficado isolado no voto a favor.
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