//Montepio Crédito prevê fechar 2020 com lucro estável

Montepio Crédito prevê fechar 2020 com lucro estável

Num ano desafiante para o setor financeiro, o Montepio Crédito está positivo quanto ao seu balanço das operações em 2020. “Contamos chegar ao final de dezembro com um resultado da operação muito em linha, ou até ligeiramente acima, do do ano passado”, disse Pedro Gouveia Alves, presidente-executivo do banco do grupo Montepio. “No ano passado tivemos um resultado líquido de 4,0 milhões de euros. Temos todas as condições para fazer um ano idêntico ao do ano passado, se calhar até ligeiramente acima, o que, face às condições de mercado é notável”, afirmou o banqueiro.

Adiantou que nos meses de junho a outubro, o Montepio Crédito foi “consistentemente aumentando a produção de crédito mensal”. “No mês de agosto nós tivemos o melhor mês de produção de crédito automóvel dos 27 anos da companhia”, disse. Esta evolução é explicada com as parcerias efetuadas com as empresas de venda de viaturas. Ultrapassamos no mês de outubro os 500 milhões de euros de carteira de crédito, representa mais de 30 milhões de euros, face a dezembro de 2019″, disse Pedro Gouveia Alves.

Em termos de rendibilidade, prevê fechar o ano de 2020 com um Return On Equity acima dos 8%, que compara com 8,7% em 2019. O banco também ganhou quota de mercado; por exemplo, no crédito pessoal, vai fechar o ano com uma quota de 2%, acima dos 0,7% de 2019; no crédito automóvel, a quota de mercado vai subir para 4,2%, face a 3,5% no ano passado.

Em termos de perspetivas para o ano de 2021, a evolução dos resultados “está dependente de fatores de natureza macroeconómica”. “Em primeiro lugar da evolução da taxa de desemprego”, pela pressão que possa vir a existir em termos de níveis de incumprimento”, afirma.

O Montepio crédito registou em dezembro de 2019 um rácio de incumprimento no crédito de 2,7% e situa-se atualmente em 2,8%. “Obviamente que a evolução destes indicadores, que afetam a rendibilidade da operação, está muito dependente do desemprego e da evolução da conjuntura macroeconómica e das empresas”, salientou.

O Montepio Crédito tinha no final de junho 20 milhões de euros em moratórias no crédito a particulares, mas desceu para um milhão de euros. “Praticamente terminaram a 30 de setembro”, disse Pedro Alves, frisando que neste segmento “o incumprimento não se fez notar”. No caso das moratórias das empresas, o banco registava 35 milhões de euros no final de junho, correspondente a 7,5% da carteira de crédito no segmento empresarial. O montante caiu para 29 milhões de euros no fim de setembro, representando 6% da carteira de crédito a empresas do banco, envolvendo 895 empresas, que vão ver as suas moratórias serem alargadas até 31 de março de 2021. Sobre o eventual incumprimento no crédito por parte de empresas no próximo ano, Pedro Alves destacou que está “moderadamente preocupado”.