//Montijo avança apesar de todas as dúvidas

Montijo avança apesar de todas as dúvidas

O pontapé de saída ainda está longe de ser dado, mas a abertura do Montijo a voos civis está mais próxima. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou a construção da extensão do aeroporto de Lisboa na margem sul do Tejo ainda que tenha identificado “impactes significativos no ambiente”. A consulta pública termina a 19 de setembro.

Esticar o aeroporto para o Montijo terá particularmente efeito ao nível do ruído que será sentido pelas populações que vivem nas imediações da infraestrutura – especialmente na Moita e no Barreiro -, mas não só. As aves serão as maiores afetadas. O estuário do Tejo é conhecido pelas inúmeras espécies de pássaros que ali vivem e, só durante as análises, foram identificados três milhões de alvos – potenciais pássaros – que ali vivem ou passam.

Os investigadores estiveram um ano a observar o movimento dos pássaros – entre dezembro de 2016 e novembro de 2017 – e o radar horizontal detetou 3,64 milhões de alvos; enquanto o vertical detetou 100 mil. É, por isso, preciso evitar as aves, monitorizar a sua altitude, e adotar medidas de afugentamento.

Os vários documentos publicados ontem no site da APA mostram que o efeito do aeroporto será “muito significativo” para uma espécie de ave em específico, (fuselo – Limosa lapponica), “moderadamente significativo” para nove espécies e “pouco significativo” para 18 outras, detalha o relatório.

O que está previsto

O projeto de extensão do aAeroporto Humberto Delgado, e que começou a ser apontado para o Montijo ainda durante o anterior Governo, contempla a criação de um terminal de passageiros, edifícios de apoio, novos sistemas de drenagem, iluminação, parques de estacionamento e novos acessos rodoviários.

A entrada em operação está prevista para 2022, mas este projeto passará por várias fases e obras acessórias – rodovia e até reforço fluvial -, a última em 2062, o ano em que a concessão da ANA aos franceses da Vinci também termina.

A gestora aeroportuária nacional, ANA, diz que por cada ano de adiamento se perdem 600 milhões de euros só em receitas turísticas.

Mas nem todos estão de acordo. Francisco Ferreira, da Associação Zero, aponta as falhas: “É um estudo alinhado com o que o Governo programou”, disse em declarações à TVI24.

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