//Moratória permite às famílias adiarem pagamento de 2 mil milhões de euros

Moratória permite às famílias adiarem pagamento de 2 mil milhões de euros

A moratória que permite a suspensão temporária do pagamento de juros e capital vai permitir às famílias adiarem cerca de 2 mil milhões de euros em capital e juros e no caso das empresas um valor próximo dos 9 mil milhões. Ou seja, um total de 11 mil milhões de euros que os bancos deixam de receber em seis meses.

Os cálculos foram apresentados esta quinta-feira pelo ministro das Finanças durante a audição regimental no Parlamento na Comissão de Orçamento e Finanças, e serviram para justificar a importância e o esforço da banca perante a crise pandémica.

“A moratória às empresas são 9 mil milhões de euros de capital e juros que não vão ser devolvidos à banca nesse período [seis meses]. A dos particulares são 2 mil milhões de euros”, indicou Mário Centeno em resposta aos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda.

O decreto-lei 10-J/2020 “estabelece medidas excecionais de proteção dos créditos das famílias, empresas, instituições particulares de solidariedade social e demais entidades da economia social”, impondo uma moratória de seis meses, até 30 de setembro de 2020. Não se trata de um perdão de dívida, mas apenas um adiamento do seu pagamento.

A moratória permite que durante meio ano as famílias e as empresas não paguem nada ao banco, sendo que o valor acaba por somar mais à frente fazendo subir a prestação futura.

Nas contas apresentadas por Centeno, ainda não se incluem as moratórias aprovadas pela banca esta quinta-feira, dia 16 de abril para o crédito à habitação e crédito ao consumo.

“A banca tem que responder e deve responder”, sublinhou o ministro. “E faço votos para que consiga manter essa capacidade de resposta até ao final”, acrescentou.

“Se nós pusermos em causa essa dimensão de estabilidade vamos estar a pôr em causa a recuperação da economia portuguesa no período seguinte a esta crise”, apontou para justificar a importância de ter um sistema bancário sólido. “Foi assim que chegámos ao final de 2015. O sucesso esteve estreitamente associado a dois pilares: o da banca e da credibilidade das contas públicas”, frisou.

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