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Preparar as famílias para o fim das moratórias. É este o objetivo da Deco, que tem em curso a elaboração de uma proposta com soluções para o fim das moratórias no crédito. O adiamento do prazo do fim das moratórias ou a adoção de um sistema em que os clientes comecem a pagar apenas os juros dos empréstimos são possíveis soluções a propor. “É preciso criar um modelo para a saída das moratórias e estamos a pensar em soluções que podem ser propostas às famílias que perderam rendimentos”, adiantou Nuno Rico, economista da Deco. “.
O prazo para o fim do regime que suspende o pagamento das prestações de créditos aos bancos está fixado no final de setembro deste ano, mas pode ainda vir a ser alargado. Essa é, aliás, uma das possibilidades admitidas pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor e, a concretizar-se, não seria a primeira vez que o prazo seria alargado. O tema chegou à campanha para as eleições presidenciais e Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, em entrevista ao DN, a extensão das moratórias de crédito às famílias e empresas até a economia recuperar para níveis pré-pandemia. Segundo o Presidente da República, “não era mau pensar, refletir, num prolongamento das moratórias. Não pensar em mais seis meses ou mais um ano, mas mais três ou quatro anos”. Para Marcelo Rebelo de Sousa, “se se diz que a economia portuguesa só voltará a estar na situação em que estava em 2019, entre 2023 e 2024, se faz sentido que a economia das pessoas não esteja parecida com o que era em 2019 antes disso, não estará certamente em 2021 e 2022”.
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No total, segundo dados do Banco de Portugal, há 13 mil milhões de euros em prestações do crédito cujo pagamento está suspenso até ao final de setembro de 2021, dos quais 11 mil milhões de euros são de créditos a empresas.
A posição dos bancos é de aguardarem pelo evoluir da situação, não só em termos de crescimento económico mas também de decisões políticas. Contactada, a Associação Portuguesa de Bancos escusou-se a comentar eventuais soluções para um plano que prepare o fim das moratórias.
Já o Banco de Portugal remeteu a sua posição para as recentes declarações do seu governador, Mário Centeno, que, num artigo de opinião publicado no DN, defendeu um fim gradual das moratórias.
Centeno apontou que, em Portugal, “os apoios ao rendimento, como o lay-off simplificado, e os apoios à liquidez, como as moratórias, pelo seu impacto e eficácia, devem ser mantidos ao longo do ano, mas devem ser adaptados à evolução da crise económica”. “As famílias e as empresas devem retomar o reembolso dos créditos, mas de forma gradual e efetiva, permitindo um retorno à normalidade sem sobressaltos”, salientou.
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