//Moratórias. Portugal pode repetir crise pós-2008 com famílias a perderem casas para os bancos

Moratórias. Portugal pode repetir crise pós-2008 com famílias a perderem casas para os bancos

Mas os sinais estão aí, e o líder dos empresários do setor imobiliário afirma que “há grandes fundos internacionais, os fundos abutre, que estão há espera dos NPL [créditos bancários em incumprimento] a ver se conseguem comprar”.

“Como os bancos já fizeram provisões, e têm amortizações, podem ter a tendência de ficar com esse ativo às pessoas e depois vendê-las”, afirma.

Luís Lima lamenta, ainda, que o país tenha acordado tarde – e o próprio reconhece que também – para as moratórias de iniciativa privada. Avança que há muitas pessoas que não sabem que estão numa moratória privada. “As pessoas não têm conhecimento disso. Sei de bancos que só há 15 dias avisaram os clientes de que iam começar a pagar [o crédito habitação] no próximo mês. Acho incrível como isto aconteceu”, lamenta.

O economista Nuno Rico também não exclui uma repetição do cenário dramático vivido há uma década por muitas famílias. “É possível que venha a acontecer, porque não só estamos a falar de um número elevado de contratos que estão abrangidos, como estamos a falar de um contexto económico algo especifico, e os impactos das medidas criadas de combate à pandemia criaram cortes muito significativos nos rendimentos de muitas famílias”, diz o especialista

O especialista da Deco detalha, ainda, que os mais atingidos são “famílias com rendimentos mais baixos”, e que existirá “um crescimento do desemprego, e as atividades económicas durante a retoma não terão a mesma atividade que tinham no período pré-pandemia”.

Possibilidade de perder a casa, para já, é nula

Ainda assim, o mesmo economista deixa uma nota de otimismo. Os bancos estão com uma atitude diferente para a crise que se avizinha. “Há uma maior disposição para negociar e tentar evitar o incumprimento, e esse é o conselho que temos dado aos consumidores que nos têm procurado: evitar o incumprimento e tentar negociar com o banco”, explicita Nuno Rico.

Ver fonte

TAGS: