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A primeira presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, morreu hoje em Lisboa aos 81 anos, disse à Lusa fonte do Banco de Portugal.
A economista nasceu em Estremoz e licenciou-se em Economia no ISEG. Foi quadro do Banco de Portugal entre 1973 e 1992, desempenhando funções no Departamento de Estatística e Estudos Económicos, no âmbito do qual participou em vários projetos do banco central, nomeadamente na elaboração da Lei Orgânica do Banco de Portugal (1975) e na reformulação geral das estatísticas monetárias (1976/1977).
Esteve envolvida na negociação dos acordos de estabilização com o Fundo Monetário Internacional na crise de 1984-1985 e representou o Banco de Portugal no sub-comité de Política Monetária do Comité de Governadores da Comunidade Europeia, de 1990 a 1992.
Foi consultora do Banco Português de Investimento (BPI) de 1992 a 2008, data a partir da qual passou a integrar o Conselho de Administração do Banco de Portugal, cujo governador era Vítor Constâncio, e onde permaneceria até 2012. Nesse ano assumiria a liderança do Conselho das Finanças Públicas, órgão criado para supervisionar as contas do Estado. Sairia em 2019, sendo substituída por Nazaré Costa Cabral.
Economista prestigiada e ávida leitora de policiais, contribuiu para o debate público em torno da política económica e financeira do país, sendo muitas vezes uma voz crítica.
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Numa nota de pesar, o Conselho das Finanças Públicas lembra que a economista “desempenhou ao longo da sua vida profissional um papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa no trabalho desenvolvido na Fundação Calouste Gulbenkian, no Banco de Portugal e no Conselho das Finanças Públicas (CFP), bem como em inúmeras intervenções públicas”, e manifesta o seu “apreço e gratidão prestando homenagem à mulher e economista que muito marcou e contribuiu para afirmar a independência desta instituição”.
Também o Banco de Portugal “realça o brilhante percurso de uma economista que esteve ligada à instituição ao longo das últimas cinco décadas”.
Marcelo lembra economista “reconhecida e respeitada”
O Presidente da República “lamenta a morte de Teodora Cardoso, economista reconhecida e respeitada com uma vida dedicada ao país com elevado sentido de missão e plena dedicação à causa pública, nos anos mais recentes com relevância nas finanças públicas”, refere uma nota divulgada pelo Palácio de Belém.
No mesmo comunicado, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que em 2019 agraciou a economista e primeira presidente do Conselho de Finanças Publicas com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique “pelo relevante serviço a Portugal”.
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