As declarações políticas são o que os militantes de cada partido fazem delas. Na terça-feira, em entrevista à Renascença, Rui Rio alertou (o eleitorado de direita) para a possibilidade de geringonça ser reeditada, caso o PS ganhe as eleições de 30 de janeiro, mas, desta feita, com o Bloco de Esquerda dentro do Governo.
Ora, para os militantes bloquistas o alerta de Rio, tudo indica, é um desejo. A Renascença conversou com alguns durante uma arruda, em Barcelos, ainda na terça-feira. Muitos nem hesitaram em atribuir pastas ministeriais a alguns dos nomes mais sonantes do partido.
De bandeira ao ombro e a descer uma rua, Carlos Freitas começa por dizer que é difícil que o BE integre um Governo com PS. Mas também não exclui essa possibilidade. “Tudo depende da força e da votação que tiver”, lembra. O bloquista, militante há seis anos, tem até alguns nomes na cabeça para potenciais governantes. “Temos Catarina Martins, Mariana Mortágua, José Manuel Pureza, Jorge Costa.”
Quanto às pastas em particular, Carlos é taxativo: “Catarina Martins só poderia ser primeira-ministra.” A Mariana Mortágua concede-lhe – tal como já fez no passado Francisco Louçã – a pasta das Finanças. E para José Manuel Pureza reserva a Justiça.
Um pouco mais abaixo, na mesma arruda, encontramos Nísia Azevedo. Tal como muitos dos militantes, segue a cantar. A militante – de origem brasileira – acompanha o BE há dois anos. E também não tem problemas em distribuir cargos: Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, daria uma boa ministra da Cultura ou da Economia.
Nísia elogia também as irmãs Mortágua – “são excelentes deputadas” – mas prefere não especificar em que pasta do governo gostava de vê-las.
Adiante na arruada.
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