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Quem quer a greve é a ANTRAM, acusa o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, que neste sábado divulgou uma contraproposta de negociação que os classificaram de farsa.
“A ANTRAM quer que exista greve. A ANTRAM quer prejudicar os motoristas e quer prejudicar o país, agora a partir do dia 12 de agosto”, acusa o advogado do sindicato (SMMP), em declarações à Renascença.
Em causa está a proposta dos motoristas que aponta para um contrato coletivo de seis anos com aumentos faseados de 50 euros por ano. Este plano para um contrato coletivo com portaria de extensão até 2025/2026 deverá ser apresentado na reunião de segunda-feira com o Governo.
“Nós estamos sempre de boa fé, estamos sempre disponíveis para colaborar, a fim de se evitar esta greve. Vamos manter esta posição e vamos ver até onde a ANTRAM vai com esta prepotência e com esta arrogância que está a mostrar ao país”, afirma Pedro Pardal Henriques.
A ANTRAM, por seu lado, acusa o sindicato de querer ludibriar a comunicação social e rejeita qualquer acordo “nestas condições”. À Renascença, o porta-voz da associação de transportadores, André Matias de Almeida, diz que a proposta dos camionistas “não é um aumento de 50 euros faseado a seis anos, é antes um aumento de 100 euros em 2021”.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro apelou ao bom senso e a um entendimento entre as partes.
“Gostaria muito e acho que seria mais saudável que as partes se pudessem entender na próxima segunda-feira e poupar ao país os problemas que inevitavelmente qualquer greve iria causar”, afirmou António Costa.
O primeiro-ministro garantiu ainda que, se patrões e motoristas não se entenderem, o Governo “irá até ao limite daquilo que a lei e a Constituição permite para garantir a normalidade e o funcionamento do país”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que em abril prejudicou a vida de muitos portugueses, está marcada para o próximo dia 12.
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