Francisco São Bento, presidente do sindicato, falou esta quinta-feira à imprensa para garantir que o pré-aviso de greve apresentado ontem se mantém, “até que os pressupostos” que levaram a convocar a paralisação “sejam atendidos”.
O dirigente, e agora porta-voz do sindicato, referiu que os motoristas vão “continuar a fazer diligências até que se consiga chegar ao diálogo” com os patrões.
Os motoristas querem “chegar a uma conclusão positiva, com o especial pressuposto das horas extraordinárias, porque ninguém trabalha de borla. O que os trabalhadores querem é que, se fazem trabalho extraordinário, é que o mesmo seja remunerado”, destacou Francisco São Bento.
Questionado sobre as palavras de Bruno Fialho, mediador do Sindicato, que ontem admitiu na RTP que “as partes se estão a aproximar mais”, Francisco São Bento descartou que o SNMMP tenha cedido nas exigências que colocou à Antram para partir para o processo de mediação oficial. No centro das queixas dos motoristas está o pagamento de horas extraordinárias e o aumento de 50 euros do subsídio de operações.
São Bento revelou também que o Sindicato não recebeu qualquer contacto por parte dos patrões desde as negociações falhadas de segunda-feira.
“Não existem propriamente cedências da nossa parte. Temos mostrado constante abertura para o diálogo. Aguardamos que haja também alguma cedência por parte das entidades patronais. Temos sido coerentes. Esperamos que a Antram também mostre consciência e força de vontade para dialogar mas ainda não vimos esse esforço. Com ou sem greve teremos de chegar ao diálogo”, afirmou o líder do Sindicato.
Francisco São Bento admite que uma demonstração de “força de vontade” da Antram pode passar pela marcação de uma reunião entre as duas partes.
Para já, o único encontro que está marcado é com a Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT). O Sindicato e a Antram vão reunir-se às 15h00 para definir a necessidade de serviços mínimos.
Sobre esta reunião, Francisco São Bento mostrou-se “reticente”, porque “os trabalhadores vão estar a cumprir o horário normal de trabalho” e que por isso os motoristas não vêm necessidade de marcar serviços mínimos.
Sobre a saída de Pedro Pardal Henriques da posição de porta-voz do sindicato, anunciada ontem, o presidente do SNMMP sublinhou que os motoristas continuam “a contar com o apoio de Pardal Henriques a 100% como assessor jurídico”. O advogado anunciou ontem que vai abandonar a posição de porta-voz para concorrer às eleições legislativas de outubro enquanto cabeça de lista por Lisboa do PDR.
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