//Motoristas. Na Alemanha, Marcelo diz que só fala da greve (“se for caso para isso”) quando voltar

Motoristas. Na Alemanha, Marcelo diz que só fala da greve (“se for caso para isso”) quando voltar

O Presidente da República disse esta quinta-feira que está a acompanhar “tudo o que se passa” relativamente à greve dos motoristas, mas recusou pronunciar-se por estar no estrangeiro, remetendo uma eventual posição para quando chegar a Portugal.

“Eu acompanho tudo o que se passa, sei aquilo de que fala, mas acho que não devo comentar em território estrangeiro. Tal como a Alemanha não falou da sua vida política interna, também nós não falamos da vida interna, é uma questão de princípio”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em Rostock, a nordeste da Alemanha, onde se encontra em visita oficial até sexta-feira, o chefe de Estado português respondia a perguntas dos jornalistas sobre o decreto do Governo para estabelecer serviços mínimos durante a greve dos motoristas que está a ser contestado por sindicatos e alguns partidos que consideram os termos da decisão do executivo limitativo do direito à greve.

Marcelo Rebelo de Sousa repetiu que acompanha “tudo o que se passa” e esclareceu que “no momento oportuno, se for caso disso, depois de regressado a território português”, poderá pronunciar-se.

À pergunta se “tem o carro atestado”, o Presidente da República declarou que tem “um princípio básico” de atestar o carro sempre que regressa de uma viagem, o que fez quando regressou do fim-de-semana passado em que esteve no Algarve “com os netos”. “Eu tenho um princípio básico: quando termino uma viagem atesto o carro logo. E como acabei de vir do fim de semana em que estive com os meus netos no Algarve, atestei o carro. E, portanto, estou em condições de partir naquilo que está na minha cabeça para ser o dia do começo das minhas férias, assim os diplomas mo permitam, que é o dia 12, a próxima segunda-feira”, disse.

Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) marcaram uma greve, que começa na segunda-feira, por tempo indeterminado, acusando a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) de não querer cumprir o acordo assinado em maio.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Também se associou à greve o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

Na quarta-feira, o Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% para esta greve.

Os serviços mínimos serão de 100% para abastecimento destinado à REPA – Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, portos, aeroportos e aeródromos que sirvam de base a serviços prioritários.

Ver fonte

TAGS: