No final deste mês, chegam ao fim as medidas temporárias implementadas no contexto da pandemia pelo Governo e que permitiram às famílias adiar o pagamento de faturas da água, eletricidade, gás natural ou as telecomunicações sem que os serviços fossem suspensos.
“É importante relembrar os consumidores que, a partir do dia 1 de julho, estes serviços podem voltar a ser cortados. Como tal, é muito importante que os consumidores verifiquem se têm faturas em atraso, valores por pagar e, caso não consigam regularizar esses valores na totalidade, pagar o montante total em dívida, é importante celebrar um acordo de pagamentos, um plano de pagamentos faseado junto das entidades prestadoras destes serviços”, aconselha Ana Sofia Ferreira, da Deco.
Ana Sofia Ferreira relembra ainda que é importante os consumidores fazerem contas ao seu orçamento, até porque é preciso não esquecer que as prestações acordadas com a entidade prestadora dos serviços são incluídas na fatura mensal.
“Essa mensalidade que for acordada no plano de pagamentos vai juntar-se às faturas que vão continuar a serem emitidas. Portanto, é necessário encontrar um valor de mensalidade que seja compatível com todos os outros encargos familiares do consumidor”, sublinha.
A associação de defesa do consumidor pode fazer a ponte entre consumidores e entidades prestadoras de serviços. “Vamos tentar, de uma forma célere, encontrar soluções para estes consumidores. O grande objetivo é que o serviço não seja suspenso e que possam cumprir com os pagamentos de uma forma possível atento ao orçamento familiar atual”, refere à Renascença a responsável da Deco.
A associação considera que, apesar da lenta recuperação económica, o orçamento familiar de muitos agregados ainda está longe do nível de rendimentos habitual.
“A pandemia não acabou. Teremos de ver como é que vai correr no resto do ano. Independentemente disso, a recuperação económica das famílias não vai acontecer no dia 1 de julho. Esta situação não vai estar resolvida. Sabemos que há uma série de apoios, nomeadamente no que diz respeito a contratos de arrendamento, a moratórias, no que diz respeito a medidas excecionais criadas e que vão terminar – porque tinham esse carácter temporário – e os consumidores podem estar ainda numa situação de desemprego, não atingiram o nível de rendimentos habitual e, portanto as dificuldades económicas vão continuar a fazer-se sentir”, afirma Ana Sofia Ferreira.
“É nesse aspeto que a Deco está aqui para, junto das entidades, poder verificar todas as soluções que sejam necessárias para estes consumidores”, reforça.
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