O ex-acionista da TAP David Neeleman defendeu esta quarta-feira que o empréstimo da Airbus, em troca da compra de 53 aviões à construtora com garantia da TAP, foi utilizado “exclusivamente pela TAP no pagamento de salários e nas suas necessidades de tesouraria” e permitiram salvar a empresa de uma “insolvência imediata”.
Em reação em comunicado, citado pelo Expresso, o empresário diz que apenas teve conhecimento do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) através da comunicação social e que não acrescenta mais nada ao que disse em março de 2023 sobre o investimento na TAP.
No relatório da IGF, é concluído que o negócio da compra da companhia aérea pelo consórcio de Neeleman e Humberto Pedrosa, a Atlantic Gateway, foi financiada com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus – chamados de “fundos Airbus”. Em contrapartida, a TAP comprou 53 aviões à Airbus, com a própria TAP a servir de garantia de crédito.
Nos esclarecimentos que deu em 2023 sobre o caso, o empresário indicou que foi contactado pelo Governo português para concorrer à privatização da TAP, explicando que o investimento nos aviões da Airbus permitiriam “à TAP uma maior eficiência energética, expandir-se para novos mercados e ser competitiva”.
Neeleman diz ainda que, em 2015, a TAP tinha “valor negativo”, considerando “totalmente absurdo” as alegações de que as ações da TAP foram compradas com os fundos Airbus.
Também em reação ao relatório da IGF esta terça-feira, o empresário Humberto Pedrosa disse ser “leviano” dizer que a TAP foi comprada com dinheiros próprios, garantindo que ficou com prejuízo após ter injetado dinheiro na empresa.
“É falso, por não corresponder à verdade, e leviano dizer que a TAP foi adquirida, no âmbito da privatização, por fundos da própria companhia”, afirmou Humberto Pedrosa, em declarações enviadas à Lusa.
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