O volume de negócio nas praças financeiras da China continental caiu na segunda-feira para o nível mais baixo desde maio de 2020, face ao abrandamento económico e ao aumento da procura por obrigações do Tesouro, noticiou esta terça-feira a agência Bloomberg.
Na primeira sessão da semana, a negociação combinada nas bolsas de valores de Xangai e Shenzhen fixou-se no equivalente a cerca de 69,1 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros). Este valor conjunto é o mais baixo desde o final de 2019.
As bolsas de Xangai e Shenzhen caíram ao longo de 2022 e 2023. Até à data, este ano, os seus índices de referência caíram 3,58% e 11,17%, respetivamente. O índice CSI 300, que agrupa as 300 principais ações destes dois mercados, desceu 1,99% desde o início de 2024 e está agora 42,86% abaixo do seu pico, registado em fevereiro de 2021.
Esta situação, juntamente com a persistente crise imobiliária, limitou as opções dos investidores, que passaram a procurar obrigações do Estado – também influenciadas pelas expectativas de cortes nas taxas -, o que alarmou os reguladores.
Este mês, a taxa de rentabilidade das obrigações a 10 anos atingiu um mínimo histórico de 2,12%, depois de as autoridades chinesas terem adotado medidas que a Bloomberg considerou “altamente invulgares”, como uma ordem aos bancos rurais da província de Jiangxi, no sudeste do país, para não satisfazerem as mais recentes ordens de compra de títulos do Estado.
Na sequência das intervenções, as taxas de rentabilidade recuperaram para cerca de 2,25%, embora alguns analistas apontem este facto como mais um golpe na transparência e, consequentemente, na confiança dos investidores internacionais em títulos de dívida pública do Estado chinês.
Os dados recentemente divulgados pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE) apontam que o investimento direto de empresas estrangeiras na China caiu cerca de 14,8 mil milhões de dólares (13,5 MME), entre abril e junho, na maior saída de investimento estrangeiro desde que começou a haver registo, em 1990.
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