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Estão a decorrer negociações entre a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) e os municípios de Benavente e Ferreira do Zêzere para a criação de mais duas incubadoras de empresas, a juntar a outras duas já existentes, em Santarém e em Vila Nova de Ourém, de acordo com o presidente da Nersant, Domingos Chambel.
“As incubadoras são a primeira resposta da associação aos empreendedores em início de carreira, que escolham instalar-se na região, e a quem prestamos todo o tipo de orientação para que singram nos negócios”, sublinha o dirigente associativo, explicando que a Nersant é a gestora desses espaços.
Para as empresas já em atividade, Domingos Chambel assinala que a associação “dispõe de uma equipa de 30 técnicos que trabalham no desenvolvimento regional e no apoio direto ou indireto às empresas”, nomeadamente, na prestação de informações sobre os programas comunitários de apoio.
“Antes da pandemia, a Nersant ajudava a criar 60 empresas, em média anual”, refere o gestor.
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Além das incubadoras, a associação é acionista de cinco parques empresariais da região – em Santarém, Rio Maior, Torres Novas, Cartaxo e Fátima -, a maior parte deles vocacionada para a indústria transformadora e serviços, e ainda com espaços disponíveis para a instalação de empresas.
Com as infraestruturas que considera adequadas, a Nersant tem lançado várias iniciativas para atrair investidores, por um lado, e estabelecer novos mercados, por outro. Nesse contexto, Domingos Chambel destaca uma das que considera mais significativas: a Nersant Business, através da qual já “várias centenas de empresários se deslocaram à região, de 30 a 40 países, com a associação a contratar tradutores e a assegurar o alojamento por três a quatro dias, o tempo dedicado a roadshows para mostrar as potencialidades da região”. O próximo será de 14 a 18 de junho, em regime virtual.
Com a pandemia, sem poder “vender” a região fisicamente, a atividade de promoção manteve-se, confinada ao online, para apresentação de produtos e formalização de negócios. “Já sabemos que estas iniciativas estão a ter retorno”, assegura o gestor, convicto da importância do envolvimento da AICEP, de várias câmaras de comércio e indústria, bem como dos embaixadores portugueses nos países selecionados.
Nesse sentido, mantiveram-se os roadshows virtuais, que já passaram por países como o Dubai, França, Eslováquia e Bélgica, sendo os EUA o próximo destino.
Apesar de as exportações do Ribatejo terem baixado, no ano passado face a 2019, na ordem dos 6,56%, a queda foi menos acentuada do que a nível nacional (-11,12%), uma evolução que Domingos Chambel atribui ao desempenho favorável da sub-região da Lezíria, por ter conseguido aumentar as vendas ao exterior, com um crescimento de 8,31%.
Riqueza agroalimentar
“Isto transmite a grande afirmação na Lezíria com a produção de alimentos e a sua importância no setor agroalimentar e, por outro lado, a riqueza da região pela diversidade de setores nela representados, para assim conseguir equilibrar as contas, uma vez que a outra sub-região, o Médio Tejo, mais ligada à indústria transformadora e metalomecânica, teve uma perda de 21,54% nas exportações”.
Não é por acaso que a Nersant se associa à realização anual da Feira de Nacional Agricultura, em Santarém, com uma feira paralela, a Fersant, para potenciar negócios num evento tão marcante no calendário empresarial, neste ano, com forte probabilidade de regressar à versão presencial, em junho.
Para oferecer aos investidores, Domingos Chambel elenca um conjunto de fatores, como a proximidade a centros de investigação e de transferência de tecnologia e conhecimento; o Ecoparque do Relvão, no concelho da Chamusca, “uma mais-valia para a região porque recebe resíduos industriais a nível nacional”; o terminal multimodal do Vale do Tejo, para a transferência de mercadorias; a própria centralidade inerente da posição geográfica; disponibilidade de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias que ali se cruzam com ligação a todo o país – mas com a esperança de que, “no setor ferroviário, o Estado avance com a normalização da bitola europeia para escoamento mais célere e mais barato dos produtos da região”, apela o dirigente.
“Temos todas as condições de atratividade para os investidores”, reforça o gestor, escudado noutros números que engrandecem a abordagem: o Ribatejo gera 15 mil milhões de euros em volume de negócios, tem um VAB de 6,8 mil milhões de euros, um PIB de 7,8 mil milhões, acolhe 48 mil empresas e dá emprego a 142 mil pessoas, tudo repartido muito pela indústria dos curtumes, extração natural de pedra, construção civil, indústria automóvel, sem falar na agricultura, desde logo, a região com os melhores índices de produção.
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