//No clube dos unicórnios, Pinterest passa a ‘undercorn’. Que termo é este?

No clube dos unicórnios, Pinterest passa a ‘undercorn’. Que termo é este?

No mundo das startups e empresas tecnológicas, estão constantemente a surgir novas expressões. Quando a companhia é avaliada em mil milhões de dólares, chega ao clube dos unicórnios. Em Portugal, temos já três empresas com esse estatuto: a Farfetch, a OutSystems e a Talkdesk. Quando essa avaliação atinge os dez mil milhões, a companhia passa a ‘decacorn’. E um ‘undercorn’, o que é?

O termo popularizou-se esta semana com a chegada do Pinterest à bolsa, no estatuto de ‘undercorn’. Isto acontece quando uma empresa apresenta uma oferta pública inicial com o valor das ações abaixo da avaliação feita no seu último financiamento. No caso do Pinterest, a tecnológica norte-americana, que é uma rede social de partilha de imagens e inspirações, pretende apresentar-se na bolsa de valores de Nova Iorque com cada ação a valer entre 15 a 17 dólares. Há cerca de dois anos, em 2017, essas mesmas ações tinham sido avaliadas em 21 dólares, na última vez que o Pinterest tinha ido ao mercado financiar-se.

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A decisão da empresa pode dever-se a vários fatores. Na imprensa espacializada, fala-se que a administração do Pinterest pode temer uma entrada desastrosa, como a da Lyft. A plataforma de transporte de passageiros, concorrente da Uber, lançou-se na bolsa no final de março, na maior operação de uma tecnológica no mercado de valores, desde a entrada do Snapchat, em 2017. Depois de um primeiro dia promissor, os investidores perderam o interesse e as ações da Lyft começaram a cair.

Por outro lado, a TechCrunch acredita que esta opção da Pinterest tem a ver com o seu próprio ADN. A empresa sempre tinha sido um ‘underdog’ no mundo das startups, mantendo um perfil modesto e uma cultura de crescimento lento, mesmo tendo chegado a unicórnio cerca de dois anos depois do seu lançamento. Assim, fará sentido que no meio de outros gigantes tecnológicos, também se queira manter uma ‘undercorn’, privilegiando a qualidade em vez da quantidade.

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Numa postura oposta à do Pinterest, surge a Zoom. A tecnológica – outra unicórnio – de serviços de videoconferência também se lança esta quinta-feira na bolsa. Só que com cada ação a valer 36 dólares, nove vezes o valor da avaliação feita no seu último financiamento. A Zoom tinha inicialmente pensado em vender as suas ações com preços entre os 28 e os 32 dólares cada uma, mas decidiu aumentar o valor depois de o interesse demonstrado pelos investidores ter sido bastante acima do esperado.

O ano de 2019 promete ser frutífero em entradas na bolsa de grandes tecnológicas. A Uber tem a sua oferta pública inicial agendada para a primeira quinzena de maio. Outra companhia cujo lançamento no mercado de valores é um das mais aguardados do ano é a Slack, a ferramenta laboral de colaboração. Também a Peloton, de aparelhos de ginásio tecnológicos, anunciou para 2019 a sua intenção de entrar em bolsa.

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