//“Nógado” do Vimeiro quer ser marca nacional

“Nógado” do Vimeiro quer ser marca nacional

No Alentejo, é uma especialidade gastronómica com enorme relevância e, como guloseima ou sobremesa, o “Nógado” é consumido, tradicionalmente, na época do Carnaval (mas não só), até para aproveitar a massa que sobrou das filhós.

À base de farinha, ovos, azeite, canela e casca de limão, este doce pode ser apresentado em pequenas formas geométricas de massa frita, ligada com bastante mel. E, ao contrário do que se pensa, até atendendo à sua aparência, este doce típico do Vimieiro, no concelho de Arraiolos, não leva nem pinhões, nem nozes.

A Câmara Municipal de Arraiolos prepara-se agora para liderar um processo que visa registar a marca “Nógado”, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Depois de analisada uma série de informações importantes, a proposta do município foi bem acolhida pela Junta de Freguesia de Vimieiro, a Associação Jovens em Movimento-Vimieiro, a Associação de Reformados e Pensionistas de Vimieiro, um restaurante, duas padarias e uma confeitaria que, em conjunto, vão levar o projeto por diante.

Queremos preservar os saberes e os sabores ligados à gastronomia e doçaria do concelho, bem como promover um doce tradicional que perdura na memória viva dos vimieirenses”, justifica Sílvia Pinto, a presidente da Câmara Municipal de Arraiolos.

Segundo a autarca, “juntam-se vontades”, para que a antiga receita que chegou aos dias de hoje, “mercê do testemunho verbal das gerações mais idosas”, possa vir “a ter uma identidade consubstanciada na criação duma marca nacional, condicente com a sua singularidade.”

A origem deste doce é atribuída ao Real Convento das Servas de Borba, embora seja uma receita muito divulgada em todo o Alentejo. Além de Vimieiro, surge com maior frequência nas zonas de Elvas, Estremoz e Portalegre, aparecendo, inclusive, num livro de receitas do princípio do século, como receita denominada “Nógados do Alentejo”.

Uma tradição, confirma-se, que varia de acordo com as diferentes zonas do Alentejo, mudando igualmente a sua sazonalidade, sendo que nuns locais é típico do Carnaval, noutros faz-se por altura do Natal ou até por ocasião da celebração do dia de S. João.

“Do “Nógado” chegam-nos relatos diversos sobre a sua receita consoante as regiões”, confirma Sílvia Pinto, que considera fundamental “a transmissão de usos e costumes alicerçados em práticas ancestrais”, alcançando “um espaço importante, com relevo, para as empresas locais e a sua economia”.

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