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A proposta do governo para a criação de uma nova carreira de técnico de informática, prevendo a extinção da atual, irá provocar uma redução salarial significativa no topo da carreira. Assim, e a manter-se a redação do diploma, os novos técnicos de sistemas e tecnologias de informação que cheguem ao nível mais alto da profissão irão ganhar 2 333,37 euros, menos 350,83 euros face ao vencimento que hoje é atribuído de 2 684,2 euros.
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O secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, garante que irá continuar a negociação com vista a melhorar o texto do projeto. “O governo quer que aceitemos que a posição no topo que, termina hoje no nível 42, passe para 38, no futuro. Não aceitamos isso, daí a abertura do governo para melhorar os topos desta carreira”, afirmou o dirigente sindical esta quarta-feira no final de mais uma ronda negocial com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires.
Segundo a Tabela Remuneratória Única (TRU), a posição 42 corresponde a um ordenado mensal bruto de 2 684,2 euros e o nível 38 é relativo a um salário de 2 333,37 euros.
O dirigente sindical explicou que as mudanças que estão a ser estudadas “só terão impacto nos novos trabalhadores que entrarem para a carreira”, sendo que “os que já cá estão não serão afetados”.
O problema da perda salarial no topo da carreira já não se coloca para os novo especialistas de sistema que irão ver subir o ordenado da posição 52, que corresponde a 3 221,1 euros, para o nível 58, que se traduz num ordenado de 3 561,11 euros, uma subida de 340,01 euros.
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Outro dos aspetos negativos salientados por Abraão passa pela “transformação quer da nova profissão de técnico quer da de especialista em carreiras unicategoriais, quando agora são pluricategoriais, o que irá dificultar as progressões.
Ou seja, as duas atuais carreiras têm, atualmente não só níveis, que podem evoluir a cada 10 pontos, que correspondem a 10 anos, mas também há graus, que possibilitem a progressão sempre que abre um concurso “de quatro em quatros anos ou de três em três”, esclareceu o líder da Fesap.
“Não é compreensível que a carreira para estes trabalhadores, que deveria ter sido revista há mais de 12 anos, passa a unicategorial com 11 posições remuneratórias. Se forem 10 pontos por cada avanço, estes trabalhadores vão demorar 100 anos a chegar ao topo”, atira José Abraão. Atualmente, estas duas carreiras têm, entre níveis e graus, “oito posições”, esclareceu.
Por isso, “se não houver uma aproximação do governo às posições da Fesap”, a estrutura sindical, afeta à UGT, “está disposta a promover todas as formas de luta para que não haja esta desvalorização da carreira”, ameaçou.
O governo estima gastar 11,8 milhões de euros com a criação de duas novas carreiras de informática no Estado, durante os próximos cincos anos, segundo um estudo enviado aos sindicatos e a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
O projeto do executivo prevê a extinção das carreiras de técnico e de especialista de informática assim como a de consultor e determina o desenho de duas novas carreiras especiais – especialista de sistemas e tecnologias de informação e de técnico de sistemas e tecnologias de informação. Também passará a existir o cargo de consultor de sistemas em regime de comissão de serviço, ou seja, por nomeação.
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As tabelas remuneratórias das duas novas carreiras de informático contemplam 11 posições, sendo que, na carreira especial de especialista de sistemas e tecnologias de informação, admissível apenas para quem licenciatura, prevê-se o ingresso no nível 24 da Tabela Remuneratória Única (TRU), que corresponde a um salário bruto mensal de 1754,41 euros, mais 17,55 euros por mês face ao ordenado atual, de 1736,86 euros. Na carreira especial de técnico de sistemas e tecnologias de informação, a primeira posição corresponde ao nível 14, com um ordenado de 1228,09 euros, uma subida de 10,45 euros relativamente ao vencimento praticado agora, de 1 217,57 euros.
“No que respeita ao impacto financeiro associado às regras de transição previstas para as carreiras de informática assim como para o cargo de consultor, foi calculado o montante de 11 860 776,93 euros que teve em consideração o número de trabalhadores, a remuneração base mensal e futura para 14 meses, com a inclusão da Taxa Social Única (TSU)”, lê-se no estudo elaborado pela tutela.
O custo será diluído ao longo dos próximos cinco anos, que será o período de transição para as novas carreiras, à medida que os trabalhadores se forem reformando. “Para a sustentabilidade financeira numa perspetiva plurianual, foi efetuada uma projeção de ingressos nas carreiras a cinco anos, considerando o número de saídas previstas por categoria por aposentação, e o eventual reforço do número de trabalhadores para as carreiras em causa face às necessidades da Administração Pública”, aponta o relatório.
(Notícia atualizada às 14h02)
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