//Nove em cada 10 empresários pedem alívio do IRS

Nove em cada 10 empresários pedem alívio do IRS

Os empresários nacionais dão nota negativa ao sistema fiscal português, que recebe um 2, numa escala de 1 a 5, num estudo da consultora EY divulgado esta quinta-feira.

As áreas com a pior avaliação foram o acesso e celeridade do sistema de justiça fiscal (1,46) e o elevado peso da carga fiscal total (1,68). No extremo oposto surgem os incentivos fiscais à inovação e à investigação e desenvolvimento I&D (2,71) e a qualidade da interação com a Autoridade Tributária e Aduaneira (2,51).

A pensar no Orçamento do Estado para 2022, o alívio do IRS é escolhido pela esmagadora maioria dos inquiridos, 92%, para apoiar a resiliência das famílias e das empresas.

Segue-se a redução da carga fiscal (67%), através da eliminação da acumulação de impostos, taxas e contribuições. São ainda consideradas prioritárias, alterações no IRC (60%) e no IVA (58%).

Ao nível do IRS, dois terços dos inquiridos defendem a redução da progressividade da taxa de imposto, precisamente o oposto do que defendeu há pouco tempo Vítor Gaspar, o antigo ministro das Finança, que está agora no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os empresários pedem ainda o aumento do limite global de deduções à coleta, para despesas de saúde e despesas gerais familiares. Para acomodar o aumento das contas com a pandemia.

Quase metade quer a atualização das tabelas de retenção de IRS, para proteger o rendimento líquido das famílias ao longo de 2022.

Em sede de IRC, os inquiridos dão prioridade à redução das taxas de tributação autónoma e da Derrama Estadual, à flexibilização de prazos para reporte de créditos e prejuízos fiscais e a estímulos ao investimento.

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Neste último ponto, surgem sugestões como a majoração de amortizações de investimentos em 2022, que visem a criação de postos de trabalho, e o alargamento do prazo para reinvestimento de mais-valias fiscais que caduquem em 2022.

No plano dos benefícios fiscais, seis em cada 10 empresários (63%) pedem a reintrodução associada à criação de emprego jovem. Mais de metade (57%), defende também um crédito fiscal para atenuar os custos do investimento em processos de digitalização.

No IVA, três em cada quatro defendem o alargamento da taxa intermédia a todos os escalões de consumo de eletricidade. Apoiam ainda a aplicação generalizada da taxa reduzida de IVA no setor da hotelaria e restauração, para compensar as fortes perdas durante a pandemia.

A maioria (63%), defende também a manutenção das taxas de ISV e IUC, “para salvaguardar impactos negativos adicionais sobre o setor automóvel”.

No setor imobiliário, a maior preocupação é a eliminação do adicional ao IMI (61%), seguida da aplicação da IVA a 6% na reabilitação urbana (53%).

Este inquérito foi realizado entre 6 e 24 de setembro e contou com a participação de 72 empresas, com operação em Portugal.

São negócios maioritariamente nos setores da Indústria Transformadora (21) e Retalho e Bens de Consumo (10). A maior parte tem um volume de faturação superior a 25 milhões de euros (44) e uma força de trabalho superior a 250 trabalhadores (39). Os entrevistados são, sobretudo, responsáveis pela área fiscal (18), CFO (11), diretores administrativos ou financeiros (10), CEO (11) e outros (22).

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