A Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários (ANAI) não encontra razões para grandes mudanças de valores entre imóveis durante seis meses, quando questionada na comissão de inquérito acerca de tais alterações no Novo Banco.
“Perante situações inferiores a seis meses, se não houver alterações dos pressupostos, por exemplo terrenos urbanos em que a área construtiva é a mesma, não há nenhuma razão para o diferencial ser tão grande”, disse Victor Baptista, secretário da mesa da assembleia-geral da ANAI, em resposta à parlamentar do PSD Sofia Matos.
O responsável, ouvido na audição do presidente da ANAI Ramiro Teixeira Gomes na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, referia-se a “perdas de imparidades de uma instituição financeira, neste caso o Novo Banco, por via de ativos” imobiliários.
“Quando estamos perante avaliações substancialmente tão diferentes num curto espaço de tempo”, como 70% ou 50%, “num prazo de avaliações na ordem dos seis meses, não há nenhuma razão para que essas avaliações sejam tão diferentes”, referiu.
Para Victor Baptista, “se elas são diferentes, uma está errada”.
Questionado pelo deputado do PS Eduardo Barroco de Melo se “é normal” uma diferença entre uma valorização em 2009 e uma perda em 2014, o responsável considerou que “absolutamente que não o é”.
“São os tais casos que merecem ser estudados, verificados e por ventura ver quem esteve envolvido nessas avaliações”, afirmou.
O presidente da ANAI, Ramiro Teixeira Gomes, disse não haver queixas acerca da independência de avaliadores que tenham sido remetidos para a associação.
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