O Novo Banco fechou o ano de 2020 com menos 287 trabalhadores e 28 agências que em 2019, de acordo com números esta sexta-feira divulgados na apresentação de resultados da instituição.
No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) referente aos prejuízos de 1.329,3 milhões de euros, o banco informa que terminou o ano com 4.582 trabalhadores, menos 287 que os 4.869 de 2019.
A redução tem em conta “o efeito da transferência de Espanha para operações descontinuadas”. .
Já quanto a agências, a instituição presidida por António Ramalho fechou o ano passado com 359 balcões (358 em Portugal), menos 28 do que os 387 com que tinha terminado o ano de 2019.
“Os custos com pessoal totalizaram 245,6 milhões de euros (-0,3% em termos homólogos). A redução desde 2016 (-19,1%) resulta da recalibração continua do modelo de negócio em prol do incremento da eficiência”, pode ler-se no comunicado do banco.
Já os “gastos gerais administrativos diminuíram 5,4% face a 2019, totalizando 153,2 milhões de euros”.
“Esta redução reflete os impactos da política de racionalização e otimização em curso, que permitiu reduzir em 33,8% o valor destes gastos nos últimos cinco anos”, de acordo com o banco liderado por António Ramalho.
Na conferência de imprensa, o gestor afirmou que não iria responder acerca do plano futuro de saída de funcionários, porque ainda não se reuniu com a Comissão de Trabalhadores sobre o assunto. .
Ainda assim, quanto a balcões, “o Novo Banco está a preparar o seu plano estratégico que apresentará na devida altura”, que incorporará “os fluxos naturais da digitalização da oferta bancária e da alteração dos padrões de consumo nos clientes do sistema financeiro”.
Essa mudança implicará, em alguns casos, “balcões bem maiores, sobretudo em zonas urbanas, mas eventualmente menos balcões, sobretudo nas zonas urbanas”.
Quanto ao caso do trabalhador Nuno Matos, dirigente sindical que anunciou que irá para tribunal por considerar que foi o único trabalhador despedido no âmbito de uma transmissão de estabelecimento de um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) de recuperação de crédito, António Ramalho disse que o banco está “a analisar” o caso.
“Viemos reduzindo a importância dos ACE, trazendo-os ou para dentro ou “outsourcizando” [subcontratar] a atividade dos ACE quando não é central na nossa atividade”, referiu, classificando o caso como “sindicalismo em sociedade unipessoal”.
“Vamos ver isso com carinho, com todas as cautelas, mas não deixa de ser esta situação. Em relação ao facto de haver críticas, bandeiras, etc, eu tenho uma gestão particularmente rígida em relação ao respeito pelos sindicatos e esse respeito leva-me a não ser suscetível a qualquer assédio sindical”, concluiu. .
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