O Novo Banco apresentou um prejuízo de 419,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A dimensão da perda é semelhante ao do mesmo período de 2017, período em que o banco liderado por António Ramalho teve resultados negativos de 419,2 milhões. A instituição financeira explica que a contribuir para os prejuízos estiveram operações como a troca de dívida e a venda de ativos imobiliários.
“Excluindo os efeitos destas operações e o impacto da anulação, no segundo trimestre deste ano, de prejuízos fiscais reportáveis no montante de 31 milhões de euros, o Grupo Novo Banco teria apresentado um resultado negativo de 147,8 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2018”, explica o banco num comunicado ao mercado divulgado esta sexta-feira.
O Novo Banco refere que “as ofertas de aquisição e de troca de dívida simultâneas efetuadas conjuntamente com a emissão de obrigações subordinadas Tier 2 no montante de 400 milhões de euros, apesar de contribuírem para a melhoria futura da margem financeira, tiveram um efeito negativo nos resultados do período no montante de 81,8 milhões de euros”. E indica que “a assinatura do contrato-promessa para a venda de uma carteira de ativos imobiliários” teve um impacto nos resultados que ascendeu a 159 milhões de euros.
Novo Banco admite reavaliação do BCE
A instituição financeira, que pediu 792 milhões de euros ao Fundo de Resolução para cobrir parte dos prejuízos do ano passado, detalhou no comunicado que os rácios de capital continuam protegidos por esse mecanismo de capital contingente acordado aquando da venda à Lone Star.
“O Novo Banco tem os seus rácios de Common Equity Tier 1 (CET1) e Tier 1 protegidos até aos montantes das perdas já verificadas nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente. O montante de compensação a solicitar referente a 2018, terá em conta eventuais perdas (já incorridas ou a incorrer) nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente, bem como as exigências regulatórias definidas para o período”, diz o banco. No relatório de contas do primeiro semestre apontava que poderiam ser solicitados mais 726 milhões. Mas esse valor apenas ficará fechado no final de 2018.
O banco garante que no final de setembro “cumpre todos os rácios de capital exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) no âmbito do Processo de Análise e Avaliação pelo Supervisor (SREP – Supervisory Review and Evaluation Process)”. Mas “estima que os requisitos obrigatórios ao nível do capital no âmbito do SREP serão reavaliados pelo BCE no quarto trimestre de 2018”.
Novo Banco corta mais agências e funcionários
Apesar do prejuízo, o Novo Banco defende que o “resultado operacional core (produto bancário comercial – custos operativos) aumenta 41,5% de 122,7 milhões para 173,7 milhões de euros”. O banco baixou os custos em 7,8% de 394,2 milhões para 363,5 milhões de euros.
A instituição explica que isso é um “reflexo das melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização das estruturas com a consequente redução de balcões e de colaboradores”.Na atividade doméstica o banco reduziu o número de funcionários em 294 para 4.862. Já o número de agências baixou em 66 para 382.
O Novo Banco também baixou o valor destinado a cobrir perdas em ativos. As imparidades e provisões desceram 19%. Caíram de 563,2 milhões para 456,2 milhões. Já as comissões subiram 2,4% para 236,6 milhões de euros.
Já em relação à qualidade dos ativos, o Novo Banco continua a debater-se com um nível elevado de crédito malparado. “O rácio de NPLs (non-performing loans) situou-se nos 27,7% (-3,8 pontos percentuais face a setembro de 2017) devido à continuada redução do crédito não produtivo, com o rácio de cobertura a atingir os 63,5% (+11,6pp face ao período homólogo) “, refere o Banco. Acrescenta que “o rácio de NPLs líquido de imparidades desceu de 18,1% em setembro de 2017 para 12,3%, uma redução de cerca de 5,8 pp”.
Atualizada às 18:45 com mais informação
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