//Novo Banco com prejuízos de 93 milhões de euros

Novo Banco com prejuízos de 93 milhões de euros

O banco liderado por António Ramalho arrancou o ano no vermelho. O Novo Banco registou um prejuízo de 93,1 milhões de euros de janeiro a março de 2019. Este valor compara com os 70,4 milhões de euros de lucros registados no primeiro trimestre do ano passado. Os piores resultados são explicados pela descida do produto bancário e pelo aumento das imparidades e provisões.

As perdas assumidas com crédito e outros ativos aumentaram de 37,8 milhões para 151,8 milhões de euros. As imparidades e provisões para crédito subiram 55% para 77,7 milhões de euros. E em outros ativos e contingências foram de 75,8 milhões, o que compara com a libertação de 13,4 milhões no mesmo período do ano passado. Incluído neste valor estão 35,2 milhões “relacionadas com o projeto de venda de ativos não produtivos em Espanha (projeto Albatroz)”.

Já o produto bancário desceu 17,7% para 215,4 milhões de euros, prejudicado pelos resultados mais baixos de operações financeiras que desceram 28,7% de 39,2 milhões para 28 milhões de euros. A atenuar esse efeito esteve a melhoria da margem financeira (a diferença entre o que o banco paga para se financiar e o que cobra para emprestar). Aumentou 16,7% para 124,7 milhões, beneficiando “das medidas de otimização concretizadas durante o exercício de 2018, nomeadamente as relacionadas com a redução do custo dos recursos”.

A contrariar esses efeitos negativos nas contas esteve a queda dos custos operacionais. Evidenciaram uma quebra de 1,3% face ao registo do período homólogo, reflexo das melhorias concretizadas ao nível da simplificação dos processos e da otimização das estruturas com a consequente redução de balcões e de colaboradores”. Nos primeiros três meses do ano o número de trabalhadores reduziu-se em 26 para 5070. Mas face a março do ano passado existem menos 379 funcionários. Houve ainda uma redução de 72 balcões em 12 meses para 401.

O Novo Banco realça que “o resultado do primeiro trimestre de 2019 não compara adequadamente com o resultado do período homólogo do ano anterior, uma vez que este último incluía um efeito positivo das atividades em descontinuação resultante, nomeadamente, da classificação da GNB Vida como atividade em descontinuação”.

Sem legado do BES, teria havido lucro

O Novo Banco separa as contas entre a atividade recorrente da instituição e a do legado que veio ainda do antigo BES. Sem a parte problemática herdada, o banco indica que “registou um resultado antes de impostos positivo de 85,4 milhões de euros, valor que evidencia uma recuperação face ao apresentado para todo o ano de 2018”, que foi de apenas 2,2 milhões de euros.

No entanto, comparando apenas com o mesmo período de 2018 a evolução é mais moderada, já que houve um resultado antes de impostos de 82,6 milhões no primeiro trimestre do ano passado.

Já no Novo Banco que tem o legado de ativos do antigo BES, e em que parte das perdas podem ser cobertas pelo Fundo de Resolução, teve prejuízos antes de impostos de 142 milhões de euros. No período homólogo foi reportado um lucro antes de impostos de 19,3 milhões.

As perdas deste ano foram influenciadas “pelo reforço de imparidades para clientes legacy (mais 55,4 milhões de euros), bem como pelas provisões para restruturação (mais 36,2 milhões de euros) e para o projeto de venda de ativos não produtivos em Espanha (projeto Albatroz: mais 35,2 milhões de euros).”

(Notícia em atualização)

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