A Deloitte, que conduziu uma auditoria externa ao Novo Banco, reagiu esta sexta-feira à polémica sobre a sua participação como assessora na venda da seguradora do banco, a GNB Vida, afirmando que “cumpre a lei” e que não encontrou incompatibilidades entre as duas funções.
Destacou, em declarações escritas enviadas ao Dinheiro Vivo, que “as partes interessadas foram informadas sobre a existência de trabalhos desenvolvidos no passado para o BES e Novo Banco”.
“Em particular, no caso de assessoria a transações, pela própria natureza aberta dos processos, o nosso envolvimento nos mesmos é de conhecimento público. Esta é prestada com o objetivo de maximizar a competitividade do processo e, consequentemente, o resultado para o vendedor, e garantir a todos os concorrentes ao processo de venda, acesso à informação disponível em condições de equidade”, garantiu.
“A Deloitte cumpre a lei e obriga-se às mais rigorosas regras legais, profissionais e deontológicas, bem como à verificação de independência e de conflito de interesses das entidades da rede Deloitte e dos seus profissionais para a execução deste tipo de trabalhos”, frisou.
Explicou ainda que “previamente à realização de qualquer trabalho, fazemos uma análise para a sua aceitação, não tendo sido identificada qualquer situação que impedisse ou aconselhasse a não realização do trabalho”. E sublinhou que, “em circunstância alguma a Deloitte participou no processo de decisão, nem o poderia ter feito por regras legais e deontológicas”.
A auditora salientou que “responde pela qualidade dos seus trabalhos e dos seus relatórios e, em particular, nesta Auditoria Especial, face à natureza relevante para o país e partes interessadas, envolveu os profissionais mais qualificados e experientes, seguindo naturalmente os critérios de independência e ética mais elevados sempre presentes na nossa conduta”.
O PAN pediu esta sexta-feira uma avaliação independente da venda da seguradora GNB Vida pelo Novo Banco. O partido alega que a Deloitte “não tinha a idoneidade e independência necessárias” para a analisar a venda que foi assessorada pela Deloitte España.
O Bloco de Esquerda pediu a nulidade da auditoria externa feita pela Deloitte, alegando com a existência de conflito de interesses.
O pedido do PAN surge depois de ter ressurgido a informação, já noticiada em 2017, de que a Deloitte assessorou a venda da GNB Vida, que foi vendida por 123 milhões de euros, gerando perdas de quase 270 milhões de euros para o banco. A operação foi financiada em parte com um crédito concedido pelo Novo Banco. Também subsistem dúvidas sobre o comprador final da seguradora.
Atualizada às 18H19 com mais informação
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