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O Novo Banco garantiu esta quarta-feira que “avaliou a sucursal de Espanha antes da sua venda”, tendo realizado este processo “o mais tarde possível”, devido à “situação de incerteza existente no mercado nos últimos anos”.
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Num comunicado, divulgado depois de conhecido, na terça-feira, o relatório da terceira auditoria especial realizada pela Deloitte, o banco justificou o processo de venda.
“A sucursal de Espanha acumulava sucessivos prejuízos, desde 2014, num total de 578 milhões de euros, conforme consta do relatório, apesar dos vários processos de reestruturação implementados, e redução da estrutura de custos e redução da rede e de colaboradores, neste período de sete anos”, salientou a instituição, vincando que “esse facto justificava, por si só, o início do processo de venda”.
Assim, “o banco decidiu iniciar o processo de venda ou de liquidação e optou por realizar a avaliação dessas alternativas o mais tarde possível dado a situação de incerteza existente no mercado nos últimos anos”, referiu, indicando que “essa avaliação foi apresentada em 28 de outubro de 2020, antes da decisão de venda ter sido formalmente tomada”.
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No documento, a Deloitte disse que o Novo Banco não efetuou a totalidade dos procedimentos de análise de contrapartes e/ou conflitos de interesse no processo de venda da operação em Espanha.
“Relativamente ao processo de desinvestimento da operação da Sucursal de Espanha, não foram efetuados todos os procedimentos de análise de contrapartes e/ou conflitos de interesse, conforme definido em normativo aplicável, nomeadamente na contratação dos assessores”, lê-se no relatório.
No comunicado hoje divulgado, o Novo Banco garantiu que “as razões, racional, e justificações para a venda estão bem referidas na página 35 do relatório, quando a Delloite expõe as decisões tomadas na reunião do Conselho de Administração Executivo de 21 e 28 de outubro de 2020, onde se decidiu pela venda e não pela liquidação por ser mais favorável ao banco”.
Paralelamente, justificou, “sobre os conflitos de interesses, as referências no relatório respeitam a análise de conflitos de interesses relativamente aos assessores envolvidos, mas que a própria Deloitte refere ‘não obstante, o CAE [Conselho de Administração Executivo] do Novo Banco realizou uma análise prévia à contratação dos assessores, tendo procedido à aprovação desta'”.
De acordo com o banco, “não há qualquer outro tipo de conflito de interesses em causa”, sendo que, “especificamente no caso da venda ao Abanca, quer a Deloitte refere ter sido efetuada avaliação a essa contraparte, como também foi analisada e autorizada pela entidade reguladora competente, neste caso o Banco de Espanha”.
O relatório sublinhou que, até junho de 2020, as políticas ou normativos existentes internos do Novo Banco não definiam a obrigatoriedade de realização sistemática de uma análise das entidades compradoras que participassem em processos de desinvestimento de entidades participadas, quer ao nível de análise de contrapartes relativa a branqueamento de capitais, quer ao nível de conflitos de interesses e de partes relacionadas, “não obstante existirem políticas, normativos e procedimentos que norteavam os princípios gerais destas matérias”.
Um normativo sobre os procedimentos a executar foi publicado em junho de 2020, sendo que relativamente à venda da operação em Espanha não foram integralmente aplicados.
“Não obstante, o CAE [Conselho de Administração Executivo] do Novo Banco realizou uma análise prévia à contratação dos assessores, tendo procedido à respetiva aprovação”, referiu o relatório, acrescentando que “as análises de contrapartes realizadas pelo Departamento de Compliance, em matéria de branqueamento de capitais e de conflitos de interesses, sobre as entidades adquirentes das carteiras não identificaram pessoas ou entidades relacionadas com o Novo Banco ou com a Lone Star”.
Em 30 de novembro de 2021, o Novo Banco anunciou ter concluído a venda da operação da sucursal de Espanha à Abanca Corporación Bancaria, S.A, que inclui as operações de retalho, banca privada e PME.
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