“Ir ao banco não é divertido” mas a experiência pode ser diferente, assegura Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco. 60 balcões terão novo conceito neste ano.
“É o maior investimento do banco para os próximos anos.” É desta forma que Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco, apresenta o plano que promete revolucionar a rede de agências da instituição. Para o Novo Banco, o balcão bancário não morreu e pode ser complementar ao aumento da procura dos serviços bancários mobile.
A estratégia passa por implementar diferentes formatos de balcões e apostar numa interação mais próxima e ajustada aos vários segmentos de clientes. Inclui ainda um investimento em “máquinas novas” e na “plataforma omnicanal do banco”. “Temos um projeto grande. Uma das novidades que vamos trazer para o mercado neste ano é um novo modelo de distribuição”, disse Luís Ribeiro, em entrevista ao Dinheiro Vivo. “Ir ao banco não é divertido. Temos de criar uma experiência diferente. Se tenho as melhores lojas, nos melhores sítios, tenho de criar a melhor relação com os clientes.”
O plano ficará concluído em 2021, e abrange “um investimento superior a cem milhões de euros”. Os novos formatos vão ser testados em dois balcões, um dos quais em Lisboa, e as obras vão arrancar neste mês de fevereiro. “Estando os conceitos testados, vamos alargar a todo o país, a partir de setembro. Até ao final do ano esperamos ter entre 50 e 60 balcões neste novo conceito”, garantiu.
As novas agências já não vão ter as secretárias tradicionais e vão incluir “espaços de partilha”. O objetivo é criar um espaço “sustentável, mais frugal, próximo, que permita criar relações diferentes” com os clientes. Na remodelação da sua rede, o banco contempla também espaços dedicados a clientes estrangeiros que são residentes em Portugal – um segmento de mercado em que o banco tem uma quota de quase 30%. Também inclui um novo modelo para o atendimento do segmento de clientes de topo e uma aposta em parcerias regionais para servir pequenos negócios.
Luís Ribeiro não exclui novos encerramentos de balcões, em especial nas grandes cidades, mas não estão previstos para já. “Reduzimos a nossa rede em 40% nos últimos anos”, lembrou. Em setembro, o banco tinha 395 balcões.
De fora deste plano de reconversão da rede de agências está o projeto de digitalização, num investimento de 80 milhões de euros.
Captar clientes das fintechs
Luís Ribeiro frisou que o modelo de negócio da banca tradicional está a ser posto em causa pelas baixas taxas de juro. A somar, regista-se a entrada de novos concorrentes – as fintechs e as big techs – e as maiores exigências regulatórias.
Com o novo plano, o objetivo é fidelizar os clientes e atrair novos. O banco tem 1,6 milhões de clientes, incluindo inativos. “No ano passado captámos mais 68 mil clientes, mas queremos mais.”
Além da reconversão dos balcões, a estratégia de fidelização e conquista de clientes passa por novos serviços, como o lançamento, “no início do próximo trimestre”, de um cartão de crédito para concorrer com o da Revolut, que não cobra comissões no estrangeiro.
Estes investimentos ocorrem quando há rumores de que o Novo Banco pode consolidar-se com o Millennium bcp ou ser comprado por outro banco. A Lone Star, o maior acionista, garantiu que, até 2021, não vende. Luís Ribeiro afirma que os investimentos tiveram a aprovação dos acionistas e “se há este compromisso de investimento é porque há um compromisso com o país e com o banco”.
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