O Novo Banco quer reduzir o rácio de crédito malparado para menos de 10% já este ano ou no próximo, face aos 20% atuais, disse o banco em informação enviada à Lusa, depois das recentes vendas de ativos problemáticos.
Segundo o banco, “graças a esta política agressiva de recuperação de crédito, e com as vendas realizadas”, já reduziu desde 2015 em sete mil milhões de euros o crédito malparado e “só no último ano reduziu o crédito malparado em três mil milhões de euros”.
O objetivo passa agora por “reduzir o rácio de crédito malparado (‘non performing loans’) para 10%, em linha com a média da banca nacional, já este ano ou em 2020”, dependendo das condições de mercado, refere o banco, citando o presidente do Conselho de Administração, Byron Haynes.
Na sexta-feira, o Novo Banco divulgou os resultados do primeiro semestre (prejuízos de 400 milhões de euros), onde indicou que tinha no final de junho um rácio de malparado de 20,7%, no valor de 6,3 mil milhões de euros.
Segundo informações do banco à Lusa, já incluindo as vendas, o rácio de malparado fica abaixo dos 20%.
O Novo Banco vendeu recentemente ativos em Espanha (projetos Albatroz), no valor bruto de 308 milhões de euros, e de património imobiliário (projeto Sertorius), no valor de 487,8 milhões de euros, esta última hoje divulgada ao mercado, o que segundo a instituição financeira representa “mais um passo no processo de desinvestimento em ativos não produtivos”.
“As duas operações contribuíram ainda para a redução do rácio dos NPA (‘non-performing assets’) para 21,5%, valor que em 2015 se situava em 36,3%”, refere ainda o banco à Lusa.
O Novo Banco anunciou na sexta-feira que teve um prejuízo de 400,1 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que compara com um prejuízo de 212,2 milhões no mesmo período de 2018.
O Novo Banco voltou a dividir a apresentação de resultados entre o negócio recorrente e o legado do antigo Banco Espírito Santo (BES), referindo que o resultado se deve a “uma perda de 513,5 milhões de euros na atividade ‘legacy’ [legado do BES] e de um ganho de 113,4 milhões de euros na atividade recorrente”.
As perdas resultantes das vendas de malparado, imóveis e da seguradora GNB Vida obrigaram o banco a constituir provisões para “outros ativos e contingências” no valor de 353,0 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, mais de nove vezes os 38,3 milhões de euros registados em igual período de 2018 para a mesma rubrica.
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