O Novo Banco estima que terá de pedir, pelo menos, mais 541 milhões de euros ao Fundo de Resolução, anunciou o banco no comunicado com os resultados do primeiro semestre deste ano.
O Novo Banco registou um prejuízo de 400,1 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com perdas de 212,2 milhões em igual período de 2018.
No primeiro semestre deste ano, o banco registou um aumento das imparidades e provisões, que duplicaram, atingindo os 515 milhões de euros, o que compara com 248 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2018.
O banco, que ficou com parte dos ativos do antigo BES – alvo de resolução em 2014 – explica que, nos primeiros seis meses de 2019, “registou perdas relacionadas com o processo de restruturação e desalavancagem de ativos não produtivos, designadamente o projeto Sertorius [imóveis], o projeto Albatroz em Espanha e o processo de venda da GNB Vida, cujo impacto negativo ascendeu a 340 milhões de euros”.
No comunicado, o grupo liderado por António ramalho lembra que “tem os seus rácios de Common Equity Tier 1 [CET1] e Tier 1 protegidos em níveis predeterminados até aos montantes das perdas já verificadas nos ativos protegidos pelo Mecanismo de Capital Contingente”.
“O montante de compensação de capital estimado nas contas do semestre é de 541 milhões de euros”, refere no comunicado. “A compensação do final do ano dependerá das perdas e custos, das recuperações e das exigências de capital em vigor à data”, acrescenta.
No final de junho deste ano, o rácio CET1 do banco foi de 13,5%, acima dos 12,8% registados em dezembro de 2018, e o rácio de solvabilidade total de 15,1%, contra 14,5% no final do ano passado.
Os deputados aprovaram neste mês de julho um projeto de resolução que recomenda ao governo uma auditoria independente ao Novo Banco relativa ao período pós-resolução. A recomendação foi aprovada com os votos contra do PS.
O objetivo da auditoria é perceber melhor os fatores que estão a levar o Novo Banco a pedir de forma contínua injeções de capital ao Fundo de Resolução – que está na esfera do Estado.
O Novo Banco passou a ser detido a 75% fundo norte-americano Lone Star, a partir de outubro de 2018, tendo o Fundo de Resolução ficado com os restantes 25%.
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