O Fundo de Resolução (FdR) divulgou esta quinta-feira, com base na auditoria da Deloitte ao Novo Banco, que o valor injetado em 2019 foi inferior em 640 milhões de euros às perdas abrangidas pelo Acordo de Capitalização Contingente (ACC).
De acordo com um comunicado divulgado esta quinta-feira pela entidade presidida por Luís Máximo dos Santos, a auditoria evidencia que “os valores pagos pelo Fundo de Resolução foram inferiores em 640 milhões de euros às perdas registadas nos ativos abrangidos pelo Acordo de Capitalização Contingente”.
O Fundo de Resolução injetou 1.035 milhões de euros no Novo Banco em 2020, para fazer face aos prejuízos de 2019.
“A auditoria especial teve por referência o período findo a 31/12/2019 e analisa, por isso, os fatores que explicaram a determinação do valor pago pelo Fundo de Resolução em 2020, para além de analisar, como determina a lei, os atos de gestão praticados no período relevante”, pode também ler-se no comunicado.
O documento divulgado esta quinta-feira, de que o Fundo de Resolução também deu nota pública de receção, segue-se “à auditoria que foi concluída em agosto de 2020, continuando a evidenciar que o Novo Banco operou, também em 2019, num quadro fortemente marcado pelo vasto legado de ativos não produtivos, gerado ainda na esfera do Banco Espírito Santo” (BES).
O Novo Banco também esteve condicionado “por um conjunto de exigências e de compromissos que têm obrigado à redução rápida da exposição do banco a esses ativos”, denota o Fundo de Resolução.
“O Fundo de Resolução irá, em articulação com o Banco de Portugal, analisar os resultados da auditoria no âmbito da sua reflexão permanente sobre a execução do Acordo de Capitalização Contingente, tendo em vista extrair as conclusões que se mostrem pertinentes”, conclui o comunicado da instituição.
Hoje, o Novo Banco afirmou em comunicado que “tomou conhecimento” da auditoria da Deloitte realizada na sequência da injeção de capital de 2020, congratulando-se pela inexistência de “desconformidades relevantes” no seu conteúdo.
A instituição que sucedeu ao Banco Espírito Santo (BES) saudou os resultados da auditoria, referindo que “mantém muitas das conclusões do anterior relatório, não detetando desconformidades relevantes”.
A auditoria da Deloitte ao Novo Banco, realizada depois da injeção de capital de 2020, relativa às contas de 2019, foi também recebida pelo Banco de Portugal (BdP), que referiu que a auditoria especial “volta a confirmar a importância do mecanismo de capitalização contingente para a recuperação do balanço do Novo Banco e para a sua viabilidade”.
Na semana passada, o Novo Banco anunciou que iria pedir mais 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (MCC), para fazer face aos prejuízos de 1.329,3 milhões de euros reportados, relativos a 2020.
Assim, “o valor total das compensações solicitadas entre 2017 e 2019 e a solicitar relativamente a 2020 totalizam 3,57 mil milhões de euros”, sendo que o teto de transferências do acordo é de 3,89 mil milhões de euros.
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