O presidente executivo do Novo Banco reiterou esta terça-feira que a venda de imóveis e crédito malparado “em pacote, era inevitável” porque as alienações tinham de ser aceleradas e porque se o banco vendesse os ativos um a um levaria “entre 14 e 20 anos” a desfazer-se das carteiras em causa.
Também indicou que o banco tem concedido crédito a entidades que compram os seus imóveis, frisando que, desde 2014, que o Novo Banco tem autorização para o fazer. Salientou que a concessão de crédito a compradores faz subir o preço da receita da alienação entre 6% e 7%.
Mas persistem dúvidas sobre negócios em torno da venda de ativos por parte do banco que resultou do antigo Banco Espírito Santo. Os deputados também vão pedir esclarecimentos sobre prémios pagos à gestão relativos a 2019.
Esta audição foi aprovada em julho na sequência de requerimentos dos grupos parlamentares do PS, PAN e Iniciativa Liberal.
Os requerimentos foram suscitados por notícias sobre vendas de carteiras de imóveis e de crédito malparado. Os partidos também querem esclarecer a possibilidade de eventuais novas injeções de capital do Fundo de Resolução no banco. E procuram saber que garantias existem sobre a identidade dos compradores de ativos do Novo Banco e de que não estão relacionados com a acionista principal, a Lone Star. Outra dúvida é se o Novo Banco concedeu crédito a entidades para lhe comprarem ativos.
Desde a venda do banco em 2017, já foram injetados 2.976 milhões de euros no Novo Banco e poderão ser mais 900 milhões de euros.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo/TSF, António Ramalho deixou em aberto nova injeção de capital por parte do Fundo de Resolução.
Atualizada às 15H45 com mais informação
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