//Novo Banco vende 3 mil milhões de crédito malparado a fundo Davidson Kempner

Novo Banco vende 3 mil milhões de crédito malparado a fundo Davidson Kempner

O Novo Banco vai vender a carteira de crédito malparado no valor de 3.000 milhões de euros ao fundo de investimento Davidson Kempner, segundo informação divulgada pela agência financeira Bloomberg.

A operação deverá ficar fechada esta semana, segundo a agência que cita duas pessoas com conhecimento da transação, que pediram para não ser identificadas.

Também interessada na compra desta carteira de crédito estava a Bain Capital, que foi vencida pelo fundo norte-americano Davidson Kempner.

Não é divulgado o valor a que será feita a operação (com o desconto inerente).

Em 2014, na resolução do BES, o Novo Banco nasceu como o ‘banco bom’, mas tem apresentado prejuízos, justificando a administração com o legado com que ficou do BES.

Para reduzir os ativos ‘tóxicos’, o banco detido pelo fundo norte-americano Lone Star tem feito vendas de créditos e imóveis.

Em agosto anunciou que acordou a venda de imóveis (‘Projeto Sertorius’) no valor de 487,8 milhões de euros a entidades indiretamente detidas por fundos geridos pela Cerberus Capital Management, por 159 milhões de euros, e a venda de ativos da sucursal de Espanha (‘Projeto Albatroz’, imóveis e crédito), de 308 milhões de euros, à gestora de ativos Waterfall Asset Management por 98,7 milhões de euros.

A venda de 3,0 mil milhões de euros ao fundo de investimento Davidson Kempner, que deverá ser concretizada em breve, segundo a Bloomberg, pode vir a pesar no valor que o Novo Banco pedirá ao Fundo de Resolução para se recapitalizar (consoante os ativos em causa, as condições de venda e o modo como estão contabilizados em balanço).

É que na venda ao fundo Lone Star, em 2017, foi acordado um mecanismo pelo qual o Fundo de Resolução (entidade da esfera do Estado) compensa perdas do Novo Banco, sob determinadas circunstâncias, até ao valor de 3,89 mil milhões de euros até 2026.

Até agora, o banco já recebeu 1.941 milhões de euros (referentes a 2017 e 2018) e o valor vai aumentar.

Em 02 de agosto, quando apresentou prejuízos semestrais de 400,1 milhões de euros, o Novo Banco estimou que prevê pedir mais 541 milhões de euros referente ao primeiro semestre.

Contudo, o valor a pedir ao Fundo de Resolução apenas vai ser contabilizado em 2020, quando estiverem fechadas as contas de 2019, pelo que ainda variará consoante o que aconteça no semestre que está a decorrer (perdas e custos com ativos e exigências de capital).

A injeção de capital serve para cobrir as perdas relativas a ativos (crédito malparado, imóveis) incluídos no mecanismo de compensação acordado aquando da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, em outubro de 2017.

O Banco Espírito Santo (BES), tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, tendo sido criado o Novo Banco, atualmente detido em 75% pelo fundo Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução bancário.

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