//Novo PPR com passaporte europeu ainda não entrou em Portugal

Novo PPR com passaporte europeu ainda não entrou em Portugal

Já vigora a nível europeu, mas não é de esperar que seja disponibilizado no mercado português antes do final deste ano. O novo Plano Individual de Reforma Pan-Europeu (designado como PEPP no acrónimo inglês) está em vigor desde o início da passada semana na regulamentação europeia, mas, por cá, é ainda um processo atrasado com a mudança de governo. Falta saber de que benefícios fiscais gozará para que possa ser aconselhado aos aforradores.

“A expectativa que existe neste momento é que o processo de regulamentação nacional e de regime fiscal avance consistentemente, para que até ao final do ano possamos ter o produto”, diz Valdemar Duarte, diretor-geral da Ageas Pensões e membro do conselho consultivo da EIOPA, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma.

Para já, a grande novidade deste novo produto de poupança para a reforma é a portabilidade entre Estados-membros da União Europeia a pensar numa “população mais móvel e mais jovem”, refere o responsável da Ageas. “O produto é transferível para outra entidade e é portável. Conforme os sítios onde vá viver, utilizo compartimentos [com as regras locais]. O que não pode haver é arbitragem fiscal. Por exemplo, trabalhar em Portugal e contribuir para o compartimento luxemburguês. É preciso ter residência fiscal”, explica.

Noutras vantagens, o PEPP promete custos mais baixos, até um máximo de 1%, na sua configuração mais básica, de capital garantido. Mas compara mal nas opções de resgate, nomeadamente, com os Planos de Poupança-Reforma (PPR) portugueses.

“Ao ter um PPR, posso transferi-lo para outro PPR com comissões limitadas. Além de poder usufruir dele na reforma, posso resgatá-lo em caso de desemprego prolongado, de doença grave, de incapacidade para o trabalho, e posso até utilizá-lo para ir pagando a prestação da casa”, assinala António Ribeiro, especialista da Deco/Proteste. Já o PEPP será “exclusivamente para a reforma”. “A questão fiscal é a mais importante e é de onde vai depender o nosso conselho”, diz.