Os bancos concederam 943 milhões de euros em novos créditos à habitação em outubro, um aumento face aos 915 milhões de euros registados no mês anterior.
Desde janeiro, os novos empréstimos à habitação atingiram os 8.522 milhões de euros um novo recorde da década. Corresponde a um aumento de 412 milhões de euros face ao registado nos primeiros 10 meses de 2018.
Os novos empréstimos ao consumo também subiram, tendo sido concedidos 526 milhões de euros em outubro o que compara com 462 milhões de euros em setembro, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
Nos primeiros 10 meses de 2019, foram concedidos 4.278 milhões de euros de novos empréstimos ao consumo em Portugal. Trata-se do valor mais alto registado nos últimos 15 anos e o segundo mais elevado de sempre, desde que existem dados disponíveis.
Já os novos empréstimos concedidos a particulares para outros fins recuaram para 226 milhões de euros de 284 milhões de euros um mês antes.
No total, os portugueses endividaram-se em 14.680 milhões de euros nos 10 primeiros meses de 2019, o máximo desde 2010. Pediram mais 1.197 milhões de euros em crédito do que em igual período de 2018.
“Nas novas operações de crédito a particulares para habitação, a taxa de juro média aumentou quatro pontos base para 1,04%, interrompendo três meses consecutivos de mínimos históricos. No crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram, respetivamente, de 6,82% e 4,17%”, adianta.
O supervisor alertou, no seu último Relatório de Estabilidade Financeiro, que a exposição dos bancos portugueses à sobrevalorização do mercado imobiliário português é um dos principais riscos para o setor. O supervisor apontou a aceleração dos novos empréstimos à habitação no terceiro trimestre de 2019 como um sinal de alerta. A somar, o crédito ao consumo também sobe.
O cenário de baixas taxas de juro tem afetado a rentabilidade dos bancos que têm aumentado a concessão de crédito para obter mais receita, o que tem levado a uma descida dos spreads no mercado.
Em anteriores crises financeiras, envolvendo o mercado imobiliário, também se registou um aumento do crédito que, por sua vez, validou o aumento dos preços das casas.
O crédito tem aumentado, apesar das recomendações introduzidas pelo Banco de Portugal em 2018 com vista a apertar a concessão de novos empréstimos à habitação e ao consumo.
Atualizada às 13H11 com mais informação
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