Nuno Amado, presidente do conselho de administração do Banco Comercial Português, comprou nesta segunda-feira, 9 de março, 500 mil ações do banco. De acordo com a informação enviada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Nuno Amado adquiriu os títulos a 13,1 cêntimos, o que significa que o chairman da instituição desembolsou mais de 65 500 euros.
O dia nos mercados ficou marcado pelas fortes perdas. Lisboa não foi exceção. O principal índice da praça nacional terminou o dia com uma descida de 8,66%, em linha com as fortes desvalorizações das congéneres europeias. O BCP terminou a sessão a cair 15,18% para 12,01 cêntimos.
A epidemia de coronavírus, que chegou em força à Europa na última semana, tinha já agravado o nervosismo dos investidores, castigando as bolsas, penalizando vários setores, sendo o turismo e a aviação um dos mais fustigados. Mas os eventos deste fim de semana acentuaram os temores dos investidores.
Na última sexta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, onde se inclui a Rússia – grupo conhecido por OPEP+ – não conseguiu alcançar um acordo para cortar a produção mundial de petróleo, o que teria como efeito uma subida dos preços da matéria-prima, e responderia a uma quebra da procura devido ao coronavírus. Logo nesse dia, os preços de petróleo recuaram tanto em Nova Iorque como em Londres – o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para Portugal.
A Arábia Saudita anunciou um aumento da sua produção já a partir do próximo mês e uma descida dos preços por barril, de acordo com a Reuters. A resposta de Moscovo não se fez tardar e esta segunda-feira a Rússia já anunciou que pode aumentar a sua produção e que a sua economia pode fazer face a baixos preços de petróleo entre seis a dez anos, de acordo com a agência de informação.
Uma queda acentuada dos preços do petróleo penaliza os produtores mundiais, em especial países como a Venezuela e o Irão, duas economias muito dependentes das receitas do petróleo e que já estão sob pressão das sanções americanas. Entretanto, a Agência Internacional de Energia (AIE) já alertou que o novo coronavírus provocará em 2020 a primeira contração da procura global de petróleo desde a recessão de 2009. Avisa ainda que o crescimento do consumo vai desacelerar nos exercícios seguintes. A AIE reconhece que a situação ainda é muito incerta, também pela falta de acordo na sexta-feira entre os membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e os dez aliados liderados em relação a um corte da produção que por agora não vai ocorrer.
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