//“O futuro é feito por pessoas e iniciativas e não por políticas e burocratas”

“O futuro é feito por pessoas e iniciativas e não por políticas e burocratas”

É preciso “paciência para chegar a uma boa solução para o brexit“, disse esta noite Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que toda a União Europeia tem uma posição de concordância relativamente ao Reino Unido. “Essa concordância é muito simples, é dar ao Reino Unido tempo para refletir e escolher o seu caminho, e não há hoje divisões essenciais dentro da União Europeia quanto a isso”, afirmou o Presidente da República, à margem da celebração dos 50 anos da COSEC.

Antes de um jantar que reuniu governantes, banqueiros, empresários e algumas das maiores figuras do país no Picadeiro Real, antigo Museu dos Coches, o Presidente sublinhou ainda o papel da seguradora de crédito na afirmação da sociedade civil e no apoio às empresas exportadoras, hoje particularmente uma peça fundamental na economia portuguesa. “Um Estado muitas vezes pesado criou muitas dependências más”, reforçou Marcelo para elogiar “uma associação que quebrou com o que era o costume”, que foi “uma ideia que deu certo” e que resistiu a diferentes regimes. E que deve ser celebrada.

“O futuro é feito por pessoas e pelas suas iniciativas e não por políticas e burocratas, sublinhou o Presidente, destacando a necessidade de o país “ambicionar mais em crescimento, mais exportações, mais riqueza distribuída com justiça e maior capacidade de amor-próprio em vez de auto comiseração”.

COSEC é “imprescindível”, sublinha Siza Vieira

Também o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, destacou o papel da COSEC enquanto instituição cuja história “se confunde com a história de transformação das empresas portuguesas”, alcançando grandes marcas de “desenvolvimento, coesão e afirmação externa, apesar de todas as vicissitudes”. O governante reforçou a relevância do “seguro de crédito no atual momento da economia portuguesa” e o papel da COSEC na sua “transformação estrutural nos últimos anos. Não é possível mais que duplicar as exportações sem qualidade, inovação e preços competitivos”, disse, revelando-se confiante na capacidade do país para “continuar a crescer acima da média europeia e na capacidade de afirmação das empresas”.

Na sua intervenção, o ministro focou ainda a necessidade de as empresas diversificarem mercados neste momento, sobretudo para fora da União Europeia, onde o mercado financeiro tem mais dificuldade em acompanhar investimento e o seguro de crédito, sobretudo com garantia do Estado, tem um papel essencial. “Razão pela qual a COSEC assume hoje ainda um papel imprescindível”, também pela sua capacidade de ajudar as empresas a “diversificar fontes de financiamento sem recorrer a endividamento bancário”.

Novo instrumento para as exportadoras e obras da COSEC no museu

Seguradora líder em Portugal nos ramos de crédito e caução e tendo como acionistas o banco BPI e o maior grupo segurador de créditos a nível mundial, a Euler Hermes, a COSEC oferece soluções de apoio à gestão e controlo de créditos no mercado interno e externo, sendo igualmente responsável, por conta e ordem do Estado português, pela cobertura e gestão dos riscos de crédito, caução e investimento, principalmente para países de risco mais agravado. Características que mantêm a COSEC, 50 anos depois de ser criada, na linha da frente do apoio às empresas portuguesas exportadoras e, conforme sublinhou a atual presidente da instituição, Maria Celeste Hagatong, “sempre com resultados positivos, atingindo hoje um capital próprio de 46,5 milhões de euros, sem nunca ter necessitado de reforçar capitais e mantendo a sua solidez financeira”. O que lhe permite prosseguir este objetivo de “servir cada vez melhor as empresas exportadoras, cujo desempenho é essencial para Portugal”.

No jantar que marcou o arranque das comemorações dos 50 anos da COSEC, e que contará com conferências, novos produtos para reforçar o apoio às exportações e um livro comemorativo, Maria Celeste Hagatong revelou que a instituição que lidera acaba de lançar “um novo produto totalmente digitalizado, o COSEC Express, destinado a empresas que têm faturação inferior a 5 milhões de euros”.

Destacando ainda a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, na plateia, a presidente da instituição anunciou que a COSEC assinou um protocolo com aquele ministério que levará aos museus o acervo de obras da instituição, incluindo seis tapeçarias e nove quadros de artistas como Silva Porto ou Columbano Bordalo Pinheiro.

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