//O futuro exige maior aforro

O futuro exige maior aforro

O advento de uma sociedade em que a maior longevidade será regra e o prolongar dos anos de trabalho uma realidade, tornam mais urgente o crescimento da taxa de poupança das famílias.

Decorreu esta manhã, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, a conferência Uma Poupança para a Vida, uma iniciativa conjunta da Real Vida Seguros, Dinheiro Vivo, TSF e Diário de Notícias. Ao longo da manhã foram debatidos diversos temas em torno da demografia e da poupança como base de uma vida segura e sustentável.

Com a comunicação “O Futuro do País e a sua Demografia”, Eliza Filby, especialista em história e comportamento geracional, fez a análise das expectativas de vida e relação com o dinheiro das quatro gerações que atualmente coexistem– baby boomers, geração x, millenials e geração z. Desta análise sobressai a situação de maior risco da geração x (que engloba os nascidos entre 1966 e 1980), “ensanduichada” entre a prestação de cuidados aos pais idosos e o apoio aos filhos. Por seu turno, millenials e geração Z, embora com posturas diferentes perante a vida e o dinheiro (sendo os últimos mais realistas e pragmáticos), têm formas de comunicar e chegar à informação que em nada se assemelham às gerações anteriores e que têm de ser tidas em conta na criação de instrumentos de incentivo à poupança.

No debate que se seguiu, Telmo Francisco Vieira, coordenador do Observatório da Natalidade e Envelhecimento, Jorge Malheiro, geógrafo do

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, Maria Filomena Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Demografia e Fernando Ribeiro Mendes, vice-presidente do think tank Cidadania Social, sublinharam a importância da atual situação demográfica portuguesa – com taxas de fecundidade realizada inferiores a 1%, de– para pensar o futuro da poupança, nomeadamente nos anos de reforma.

A mudança de paradigma em relação à carreira laboral, a necessidade de educação ao longo da vida e as novas formas de envelhecimento, também estiveram em destaque no debate.

Na segunda parte da conferência, a poupança ganhou maior destaque, desde logo com a intervenção da jornalista e especialista em temáticas financeiras e de negócios, Jasmine Britles. A oradora defendeu a necessidade de uma maior ação individual na criação de poupança e deu como exemplo o sistema britânico, criado em 2012, dirigido aos trabalhadores por conta de outrem. No referido sistema, a partir do momento em que é contratado, cada trabalhador passa a descontar de forma automática para um fundo de poupança. Para Jasmine Britle é a situação mais fácil em países com uma fraca taxa de poupança, já que esta é automática e, de certa forma, imperceptível.

No debate, Luís Laginha de Sousa, administrador do Banco de Portugal, Fernando Alexandre, associate professor da School of Economics and Management da Universidade do Minho e o economista João Duque, refletiram sobre as alterações dos hábitos de poupança nacionais ao longo das últimas décadas, em particular nos anos da crise.

A conferência foi encerrada por Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças e professor da Nova School of Business & Economics, que também sublinhou a importância da poupança das famílias para o futuro da economia nacional.

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