Nas vésperas da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2019, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) disse ao Dinheiro Vivo que “torna-se necessário que o IVA turístico seja posto em prática como é dito no programa do Governo”.
Por outras palavras, a prioridade é “que parte da receita resultante desse IVA seja entregue em parte aos municípios para compensar a sobrecarga e o desgaste que há nas infraestruturas de algumas cidades mais turísticas”, afirmou Raúl Martins, à margem da apresentação do 30.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, nesta quinta-feira, em Lisboa.
O dirigente da AHP defende que “o Governo tem de andar de braço dado com o turismo”. A redução do IVA da restauração e a promulgação do diploma que estabelece novas regras para o alojamento local “foram medidas importantes”, reconhece.
Confrontado com a queda na hotelaria ao nível dos hóspedes e dormidas, considera que a preocupação do turismo português não deve ser a retoma de destinos como a Turquia, o Egito ou a Tunísia.
Raúl Martins lembra que a realização do Campeonato do Mundo de futebol, de junho a julho, trouxe impactos negativos ao setor. “Há duas nacionalidades em que o recuo foi notório: russos e britânicos”, realçou.
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“O facto de a capacidade do aeroporto de Lisboa pouco ou nada ter subido, com a oferta a subir 10%, também contribuiu para essa situação”, acrescentou. De resto, entende que no caso do Algarve, por exemplo, importa “encontrar uma solução com os tour operadores [operadores turísticos]”.
Um dado positivo é que os proveitos continuam a subir. Nesta matéria, o presidente da AHP é peremptório: “Concordo com a estratégia dos hoteleiros de melhorar o preço, porque também melhorámos a qualidade das nossas instalações”.
O presidente da AHP aproveitou ainda para saudar a realização da Web Summit durante mais 10 anos em Lisboa. “É uma excelente notícia para o turismo, assim como para o país, porque vai trazer condições económicas mais favoráveis e certamente irá ajudar a que o nosso PIB melhore”.
Assume também que pode ajudar a trazer mais jovens de volta para Portugal. “O próprio fundador da Web Summit disse que também o faria”, sublinha.
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