//O preço de ficar fresco

O preço de ficar fresco

A onda de calor no início deste mês fez disparar o consumo de eletricidade em Portugal. No fim-de-semana de 4 e 5 de agosto os portugueses quebraram novos máximos de verão, superando os anteriores valores alcançados em julho de 2013. Por exemplo, em Lisboa os termómetros chegaram aos 44º graus centígrados, o valor mais elevado desde que há registos.

Muita desta eletricidade serviu para refrescar as casas através dos aparelhos de ar condicionado. Eles serão no futuro ainda mais imprescindíveis, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), citada pela revista The Economist.

Ao atual ritmo de crescimento, o número de aparelhos instalados nos próximos dez anos vão superar os mil milhões em todo o mundo. Um valor que vai fazer disparar o stock de aparelhos para mais 1,6 mil milhões, ou seja, dois terços do valor atual.

Fonte: AIE

Fonte: AIE

Na China, onde no início dos anos 90 poucas famílias tinham ar condicionado, já é o principal consumidor de aparelhos, representando 35% do stock mundial. Outro caso é o dos países do Golfo cuja população aumentou de 500 mil em 1950 para os atuais 20 milhões muito à custa do ar condicionado. E a esta taxa de crescimento, em 2030, a Arábia Saudita – o maior exportador de petróleo – vai utilizar mais energia para pôr a funcionar os ares condicionados do que aquela que exporta hoje em dia em petróleo.

Mas o relatório da AIE sublinha o preço ambiental a pagar por nos mantermos frescos: a eficiência energética. Os aparelhos de ar condicionado produzem gases com efeitos de estufa de duas formas: através das centrais elétricas que libertam CO2 pela utilização, por exemplo, carvão e através dos gases fluorados que são muito mais prejudiciais para a camada de ozono do que o CO2

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