Já deve ter tido eletrodoméstico que deu problemas ao fim de pouco tempo. É cada vez mais frequente um aparelho avariar logo após o fim da garantia, depois não há peças ou a reparação é mais cara do que o próprio equipamento. A partir desta quinta-feira, já pode denunciar estas situações na nova plataforma lançada pela Deco.
“Decidimos mobilizar-nos contra a tendência dos fabricantes em lançarem para o mercado produtos com data de prazo muito curta. É a chamada obsolescência programada, ou prematura”, justifica a Associação de Defesa do Consumidor.
Nesta plataforma os consumidores denunciar a brevidade da vida do seu aparelho, qualquer situação de aparelhos de duas famílias, a tecnológica (smartphones, computadores, tablets, etc.) e a dos eletrodomésticos, desde televisores a máquinas de lavar e secar.
Com as denúncias, a Deco promete atuar junto das autoridades e dos fabricantes. “Vamos atuar em duas frentes: na primeira, o consórcio deste projeto vai trabalhar sobre meios de identificação precoce destes problemas, junto do mercado (através da introdução de testes logo à cabeça quando os produtos são colocados no mercado; por outro lado, vamos conseguir atuar muito mais diretamente junto das autoridades responsáveis pelos regulamentos que estipulam as caraterísticas que os equipamentos devem ter”, explica à Renascença Isabel Oliveira, coordenadora dos assuntos técnicos da Deco.
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As causas para este fenómeno das avarias cada vez mais frequentes podem ser várias, incluindo a recente crise económica que levou muitas empresas a investir menos na qualidade e até da segurança de alguns equipamentos, explica a mesma responsável.
Esta plataforma faz parte de um projeto europeu, o PROMPT – traduzindo a sigla em inglês significa algo como “programa de teste à obsolescência prematura dos produtos” – e que agrupa algumas associações de consumidores congéneres de outros países da Europa.
Lançado em maio, o PROMPT é um consórcio de investigadores, organizações de consumidores, e plataformas e empresas de reparação de toda a Europa, com sede em Berlim, na Alemanha.
Segundo a nota enviada à redação, o objetivo “é combater estes ciclos de vida curtos de alguns aparelhos, com benefício para o consumidor e uma sociedade mais sustentável, que não esteja sujeita à acumulação de resíduos”.
Só para dar uma noção do problema, o crescimento de resíduos elétricos e eletrónicos no espaço europeu aumenta 3 a 5% por ano, devendo chegar a 12 milhões de toneladas em 2020.
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