
O crescimento económico nos países da OCDE poderá sofrer um abrandamento significativo nas próximas décadas devido à redução da população em idade ativa. O alerta é deixado no relatório “Employment Outlook 2025”, que sublinha que, sem reformas estruturais, o envelhecimento demográfico poderá travar o progresso económico e social.
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O relatório estima que o crescimento do PIB per capita na área da OCDE abrande 40%, passando de 1% ao ano (entre 2006 e 2019) para apenas 0,6% ao ano até 2060. A principal causa apontada é o declínio da população ativa (dos 20 aos 64 anos), consequência da baixa taxa de natalidade e do aumento da esperança de vida.
“A economia dos países da OCDE entrou numa nova era, em que o desafio deixou de ser a escassez de empregos para passar a ser a escassez de trabalhadores”, refere o relatório.
Esta mudança estrutural já se faz sentir: em abril de 2025, um em cada seis industriais e um em cada quatro prestadores de serviços na zona euro indicaram a falta de mão-de-obra como entrave à produção.
Embora abaixo dos picos registados após a pandemia, estes valores continuam acima dos níveis de 2019.
Para contrariar esta tendência, a OCDE propõe o reforço da participação laboral de grupos subrepresentados, como mulheres, jovens, migrantes e trabalhadores mais velhos.
Entre as medidas sugeridas estão políticas de apoio à parentalidade, formação contínua, combate à discriminação etária e adaptação dos locais de trabalho às necessidades dos mais velhos.
“Mobilizar todos os recursos é essencial para continuar a crescer e melhorar os padrões de vida”, sublinha o relatório.
O relatório rejeita que a inteligência artificial venha resolver por si só a escassez de trabalhadores, alertando para os riscos de uma estagnação do crescimento sem consenso social.
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