//OE 2022 aprovado. “Fecha-se o último capítulo da crise política”, diz Medina

OE 2022 aprovado. “Fecha-se o último capítulo da crise política”, diz Medina

O parlamento aprovou nesta sexta-feira, em votação final, a proposta de Orçamento do Estado para 2022, com os votos favoráveis do PS, as abstenções de PAN, Livre e de três deputados do PSD Madeira, e com os votos contra dos restantes deputados das bancadas parlamentares.

“Fecha-se o último capítulo da crise política”, afirmou o ministro das Finanças, Fernando Medina, falando antes da votação final do documento que guiará as contas públicas até ao final do ano, após o chumbo de outubro ao documento inicial que precipitaria eleições em janeiro e traria a maioria socialista ao hemiciclo.

No selo final a este Orçamento, que segue largamente inalterado face à proposta entregue pelo governo, foram acolhidas 119 alterações, das quais 66 apresentadas pelos partidos da oposição, de acordo com as contas do líder do grupo parlamentar socialista, Eurico Brilhantes Dias.

O PAN foi o grupo parlamentar que mais medidas viu acolhidas, com mais de 40 iniciativas votadas favoravelmente, entre estas reforços de verbas para os transportes públicos do interior do país e para medidas de combate à pobreza energética, salientou Inês Sousa Real, que considerou que foi feito “um caminho” que permitiu a viabilização do documento com abstenção.

Também o Livre viu acolhida a medida de alargamento de subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica, assim como a reformulação das medidas de eficiência energética do Plano de Recuperação e Resiliência para reembolsos a 100% às famílias de menores rendimentos, e ainda o compromisso com o lançamento de um projeto-piloto de semana de quatro dias de trabalho numa centena de empresas nacionais. Também o deputado do Livre, Rui Tavares, considerou que “algum caminho foi feito” ao ceder a abstenção ao documento do governo.

Mas, o endosso no discurso da oposição parlamentar ficou por aí, depois do chumbo à generalidade das propostas de alteração que visavam, designadamente, atualização de salários, pensões ou prestações sociais em linha com a inflação, ou medidas de redução na fiscalidade não previstas pelo governo.