//OE 2022. Associação dos Profissionais de Polícia insiste na subida do subsídio de risco até 430 euros em 2024

OE 2022. Associação dos Profissionais de Polícia insiste na subida do subsídio de risco até 430 euros em 2024

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) insistiu esta quarta-feira, no parlamento, na necessidade de aumento faseado do subsídio de risco até 430 euros em 2024, porque o aumento concedido pelo Governo (100 euros) é “uma afronta”.

Falando numa audiência parlamentar em sede de apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, defendeu que o subsídio de risco dos polícias “não pode ser inferior” ao da Polícia Judiciária (PJ) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), admitindo o sindicato que, não havendo condições para um aumento imediato para os valores pretendidos, se proceda a um aumento faseado do mesmo: que aumente para 200 euros em 2022, para 300 em 2023 e para 430 euros em 2024.

“Queremos mesmo que este valor seja uma realidade”, enfatizou Paulo Santos, observando que o “estado de espírito” dos polícias face ao valor “plasmado na lei” pelo governo é de que se trata de “uma afronta” à classe.

Face à contestação dos polícias, o Governo aumentou o subsídio de risco, que era de 31 euros, para 100 euros, mas a ASPP/PSP considera que, feitas as contas, o aumento real é inferior a 70 euros, sendo por isso uma “afronta” à profissão.

O dirigente sindical frisou que a atualização gradual do subsídio de risco é fundamental para “levantar o ânimo dos polícias”, alertando que “enquanto não houver tabelas remuneratórias e subsídio de risco” condignos, bem como mudanças na política de transferência e mobilidade interna de guardas será “difícil recrutar” candidatos para a PSP, agudizando o problema do envelhecimento da classe, o que provoca uma perda de “capacidade operacional”.

Paulo Santos relatou que a situação é preocupante e que há polícias com 10 e 20 anos de carreira que estão a procurar outras saídas profissionais dentro da função pública, notando que é preciso melhorar as condições salariais e de carreira para que “os polícias que continuam a dar o corpo às balas possam ver a luz ao fundo do túnel”.

Durante a audição parlamentar, Paulo Santos defendeu ainda o direito à pré-aposentação e alertou que as mais de 800 promoções à carreira principal levou a que agentes mais novos tenham ultrapassado colegas mais antigos, tendo muitos deles recorrido com êxito aos tribunal que lhe deu razão.

A ASPP/PSP ficou de enviar uma cópia da decisão judicial transitada em julgado que dá razão a vários dos profissionais mais antigos da PSP que ficaram prejudicados face a colegas mais novos.

O baixo salário de entrada na profissão (809 euros) foi um dos fatores apontado para explicar a dificuldade de recrutamento e rejuvenescimento na PSP, tendo esta preocupação sido partilhada por deputados do PSD, PCP e também do PS.

João Dias, do PCP, revelou que o seu partido não deixará de apresentar propostas de alteração ao OE, nomeadamente em matéria de subsídio de risco, sublinhando que a “perigosidade e penosidade” das funções policiais exigem uma “valorização salarial e das carreiras” dos polícias.

O deputado comunista considerou ainda “incompreensível” que não haja um regime de higiene e segurança no trabalho para estes profissionais, prometendo apresentar uma proposta nesse sentido.

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